segunda-feira, setembro 30, 2013

A ASNEIRA DEVE SER TAXADA



São conhecidos os profetas da desgraça que gritam pelo desmantelamento do Estado como se ele fosse a fonte de todos os problemas, e o mais grave é que são pessoas que tiveram acesso à cultura, e exercem hoje profissões tão prestigiadas como o ensino, a finança ou até o jornalismo.

A primeira coisa que estes indivíduos fazem é confundir o Estado, que somos todos nós, com um grupo bem específico que é composto por governantes e seus apêndices. Eu sei que é mais fácil atacar os professores, os médicos ou os funcionários públicos, do que atacar quem na realidade manda, e domina toda a máquina que distribui benesses a inúmeras empresas que parasitam o erário público, ou que beneficiam de monopólios mal regulados, ou mesmo de benefícios fiscais que depois são assacados a quem trabalha.

Ainda há pouco tempo ouvia um destes profetas da desgraça a dizer que estávamos a pagar a factura de ter-mos gasto os rios de dinheiro comunitários que entraram em Portugal durante mais de uma dúzia de anos. Convenientemente a esperteza esqueceu-se de mencionar quem procedeu à distribuição desse dinheiro e quem beneficiou dele, porque para ele são os funcionários públicos que estão mais à mão.

Outra coisa que estes profetas também não dizem é quantos serviços públicos , e quais, pretendem cortar aos cidadãos apesar do aumento de impostos que lhes é cobrado.

Será que a asneira também não merece uma taxa?



quinta-feira, setembro 26, 2013

RESULTADO DE POLÍTICAS ERRADAS



Com a crise instalada e com programas políticos claramente recessivos, a sociedade portuguesa reage como pode, criando ou aumentando procedimentos que prejudicam o Estado, ou seja, nos prejudicam a todos.

Com o crescimento brutal do desemprego e o aumento insuportável dos impostos, a economia paralela também cresceu distorcendo toda a realidade económica do país.

Falar do peso da economia paralela é falar de 44.183 milhões de euros só no ano passado, montante que dava para pagar mais de metade do valor do resgate da troika.

Ninguém defende esta economia paralela, mas isto é o resultado de políticas erradas. O Estado não tem, ou não aloca meios, à fiscalização do enriquecimento ilícito, ao combate às empresas fantasma, à fraude organizada ou ao branqueamento de capitais. Não são os biscateiros ou os vendedores ambulantes que interessam verdadeiramente, mas sim os grandes tubarões que deviam estar na mira das autoridades e da Justiça.

A consequência 1ª desta situação é o constante aumento de impostos sobre ao poucos que cumprem religiosamente as suas obrigações fiscais, que são cada vez menos…


segunda-feira, setembro 23, 2013

PLATAFORMA DA SAÚDE DEFUNTA



Foi em tempos criada uma plataforma chamada Portal da Saúde, onde se podia marcar uma consulta em qualquer Centro de Saúde utilizando apenas o Cartão do Cidadão ou o Cartão do Utente. As consultas de rotina eram facilmente marcadas usando-se um computador, pois podiam-se escolher datas em que o utente tinha disponibilidade, em função das datas livres no calendário do médico de família.

Em finais de 2012 o serviço já mostrava debilidades gritantes, mas em 2013 tornou-se uma inutilidade absoluta, porque apesar de dizer que aceitava os pedidos de marcação de consulta, no ecrã do computador, no mesmo minuto o telefone desmentia a mensagem dizendo “lamentamos, mas não foi possível agendar a sua consulta para o período indicado”.

Muitas tentativas depois e escolhendo dias diferentes cheguei sempre ao mesmo resultado, sendo que fui sempre levado a contactar o prestador de saúde para obter “mais informações”.

Não sei se o problema é de falta de verbas, se é um problema de falta de assistência técnica, ou se o ministério prefere que os utentes entupam os telefones dos Centros de Saúde, atrasando o atendimento aos doentes com mais urgência no atendimento, mas lá que é ridículo manter o Portal em funcionamento apenas para gerar respostas automática (alguém as paga) dizendo que o esforço foi inútil, e que se o utente quiser terá de tentar telefonar (a pagantes), ou então terá de deslocar-se ao Centro de Saúde duas vezes, uma para marcar e outra para a consulta, com todos os inconvenientes pessoais de ter de faltar ao serviço para conseguir uma simples consulta de rotina.


sábado, setembro 21, 2013

INCORRECÇÃO FACTUAL



É formidável a apetência para a mentira dos que chegam a poder político. Quero crer que é mesmo essa característica que faz com que alcancem as posições no poder político.

Passos Coelho disse uma coisa enquanto candidato, e depressa se esqueceu do que disse e passou a fazer o seu contrário, sem nunca admitir que terá mentido. A senhora ministra das Finanças já disse coisas diferentes sobre os swap e mesmo assim os documentos que se vão conhecendo, e os testemunhos de alguns protagonistas em casos tais, dizem coisas diferentes, mas admitir a mentira é que não acontece.

Outra coisa que mete impressão é ouvir o 1º ministro dizer que não tem (agora) um discurso eleitoralista e que quer a verdade. Bem sei que mentira já não parece ser mentira mas sim uma incorrecção factual, um equívoco, ou um engano.

O português é uma língua difícil para alguns, mas para os políticos da nossa praça é verdadeiramente elástico.



quinta-feira, setembro 19, 2013

PSD IRÁ PROCESSAR FINANÇAS?



Ao que parece, e atendendo a declarações recentes de responsáveis do PSD, o partido irá processar a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, por esta ter considerado que um swap contratado em 2009 pelas Estradas de Portugal teve um parecer favorável da autoria de Maria Luís Albuquerque, a actual ministra das Finanças, que estava então no Instituto de Gestão de Crédito Público.

Não nos esqueçamos que a intenção de processar quem acusasse a ministra de mentir, ao dizer que nunca tinha estado envolvida ou sequer ter tido conhecimento destes produtos financeiros, foi um responsável do PSD.

Vamos ver se a intenção de processar alguém vai em frente, ou se pelo contrário a mentira foi da própria ministra que cada vez mais está afundada nesta trapalhada que os contribuintes estão a pagar com muitos sacrifícios.