sexta-feira, junho 28, 2013

AS DESVENTURAS DO REI

Há predicados que não são favoráveis a um reinado longo e bem sucedido, de um rei que não nascera para o ser, não fora educado para essa função e ainda por cima tinha ficado marcado por grave enfermidade aos três anos de idade.

D Afonso VI teve a seu favor a liderança do conde de Castelo Melhor, que de algum modo colmatou a incapacidade mostrada pelo seu monarca, e a sorte das vitórias militares contra os vizinhos espanhóis.

As desventuras deste monarca foram diversas, mas o seu casamento com D. Maria Francisca de Sabóia foi talvez o princípio do fim do seu reinado. Quando António de Sousa Macedo cai em desgraça perante a rainha, ao mesmo tempo que esta se começa a entender com o cunhado, o infante D. Pedro, a sorte do conde de Castelo Melhor fica traçada.

D. Pedro começa a exigir a demissão do conde, por defender António de Sousa Macedo, e acaba por acusá-lo de tentativa de envenenamento em Queluz. O infante diz que tem testemunhas, mas que elas não queriam arriscar-se e que só testemunhariam quando o conde fosse demitido. O que nunca veio a acontecer apesar da demissão do conde que partiu para Inglaterra.

Afastados os dois amparos do fraco rei, D. Afonso VI foi incapaz de resistir a seu irmão D. Pedro. O passo que se seguiu foi o processo de divórcio da rainha, um processo vergonhoso que antecedeu a abdicação ao trono em favor do seu irmão.

Sendo incómodo para o novo rei, D. Afonso VI foi desterrado para os Açores durante 4 anos, tendo voltado para o continente quando se temeu uma conspiração para o soltar, ficando preso no Paço Real de Sintra durante mais nove anos, até à sua morte em 12 de Setembro de 1683.


quarta-feira, junho 26, 2013

DO QUE O PAÍS PRECISA



Passos Coelho como qualquer liberal de direita, não gosta de greves e de grevistas, mas por força da Constituição tem que os admitir, dizendo respeitar o direito à greve.


Contrariado e fulo por saber que a greve geral é devido à sua má governação, e às péssimas medidas políticas e económicas que tem vindo a forçar, contra a opinião popular e contra as próprias promessas eleitorais, tem mostrado a sua crispação e o pouco à vontade perante esta forma de luta.


Quando um primeiro-ministro que se prepara para revelar os planos para o maior despedimento colectivo alguma vez visto neste país, vem dizer que o país precisa menos de greves e mais de trabalho e rigor, acaba por cair no ridículo.


Afinal esta greve é contra as políticas que tantos desempregados tem causado, e ainda vai causar, a favor dos direitos de quem trabalha e do rigor na aplicação das leis. Como pode Passos Coelho vir falar de mais trabalho se quer mais desempregados, ou de rigor se o seu governo não acerta uma só previsão, não conseguindo diminuir a dívida nem a despesa pública quando tem cada vez menos funcionários?


Estará Passos Coelho disposto a fazer uma consulta popular sobre as medidas que pretende implementar no resto do seu mandato? Assim evitavam-se mais umas greves e o país agradecia.



segunda-feira, junho 24, 2013

GOVERNO CADA VEZ MAIS SÓ



O país chegou a um estado tão lastimável, devido às políticas erradas seguidas por este governo, que o mais improvável se tornou uma realidade: ser criticado tanto por patrões como por sindicatos.

Desde que entrou em funções o executivo de Passos Coelho tem apostado numa política de cortes sucessivos, e mesmo para além do que a troika exigia, fazendo com que os rendimentos do trabalho diminuíssem drasticamente, a economia regredisse e o desemprego aumentasse exponencialmente.

O governo sempre desvalorizou o que era evidente, teimando sempre que o país estava no bom caminho, mas a realidade desmentia cada um dos seus argumentos. A economia regrediu para valores de há duas décadas, e as campainhas tocaram, não só dentro de fronteiras mas também a nível internacional.

Os problemas económicos sempre estiveram no sector financeiro, na especulação desenfreada, e não na economia real e na dos cidadãos. Outra evidência também desvalorizada é de que sem consumo privado e sem emprego não pode haver crescimento.

Não admira que agora venha o próprio patronato, que julgava beneficiar com a baixa do custo do trabalho, dizer que : "de uma vez por todas há que ter a coragem de o assumir e a ousadia de não insistir numa receita que não é uma solução para Portugal e cuja continuidade nos pode levar para um caminho sem retorno. É preciso coragem e humildade para reconhecer que precisamos de alterar o rumo”. Estas declarações acompanharam a exigência de um “alívio fiscal” para as empresas e para as famílias, para se conseguir maior consumo e mais emprego.


CARTOON
Igor Vartchenko

sábado, junho 22, 2013

GRUPO EXCURSIONISTA



O moribundo executivo que nos desgoverna há dois longos anos decidiu comemorar a sua incompetência e maus resultados contínuos, efectuando uma reunião informal em Alcobaça.

Não sei o que há para comemorar, mas sei que se vai desperdiçar dinheiro nesta deslocação desnecessária, que ao que consta inclui uma visita ao Mosteiro de Alcobaça, que bem poderia servir para despertar naquela gente algum interesse pelo Património que está ao abandono por este país fora.

Talvez seja também boa altura para esta gente reflectir sobre o falhanço das políticas seguidas até agora, analisando os péssimos resultados que se reflectem nas más condições de vida dos cidadãos, que já não acreditam em nada que o governo anuncia ou prevê.



segunda-feira, junho 17, 2013

AS “DEMOCRACIAS MUSCULADAS”



Os tempos actuais são caracterizados por uma crise económica que atinge os mercados, não só na Europa como também um pouco por todo o mundo. Nos países com economias frágeis é a austeridade que afecta as populações, nas economias emergentes é a má redistribuição da riqueza que causam problemas.

Os protestos que têm surgido um pouco por todo o lado, relacionados sobretudo pelo primado da economia que esquece as pessoas, têm engrossado e vão embaraçando as classes políticas que mostram insensibilidade perante o Estado social que foi a maior conquista do século XX.

Perante a contestação os governos ditos democráticos, têm optado pela força alterando as leis, subindo os impostos ou mesmo utilizando a força policial para seguir os seus intentos, mesmo contra a opinião pública.

Na Europa e suas vizinhanças as preocupações dos governos têm sido dominadas pelo temor de ver cair o poder nas ruas, pois corre-se o risco de ver alastrar a revolta a outros países até agora imunes aos protestos. Os sinais são claros ao não haver a condenação clara de medidas pouco curiais, como o que aconteceu no Chipre, na Grécia e na Turquia.



quarta-feira, junho 12, 2013

GOVERNO NA ILEGALIDADE



Depois do chumbo do Tribunal Constitucional ao corte dos subsídios aos funcionários públicos, o governo ficou sempre com uma pedra no sapato no que respeita à função pública.

O ataque tem sido cerrado e já se traduz num aumento dos descontos, no aumento do horário de trabalho, no despedimento sem justa causa de cerca de 30.000 trabalhadores e na baixa dos salários e das reformas actuais e futuras.

A última tropelia foi a ordem dada aos serviços para não efectuarem o pagamento do subsídio de férias em Junho, apesar do que diz o nº2 do artigo 208º do regime do contrato em funções públicas e da sentença do TC.

A normalidade democrática que Cavaco Silva devia assegurar já não existe, pois temos um governo que ostensivamente ignora a lei e a Constituição, de acordo com o parecer dado pelo Tribunal Constitucional. Resta a Cavaco Silva actuar em conformidade com as suas atribuições mesmo que isso lhe desagrade.

Ninguém está acima da lei, seja o governo seja o presidente da República.