sábado, agosto 04, 2012

AS FÉRIAS E O EXEMPLO


Já estão em vigor as alterações ao código do trabalho e uma delas traduz-se na redução do período de férias que agora está limitado a 22 dias úteis. Podemos dizer que a medida não se percebe, e que os prejudicados por esta alteração são exactamente os mais assíduos, mas penso que as cabecinhas que estão no poder não o entendem.

Quando digo que quem decidiu (o governo) não sabe o que anda a fazer, estou a pensar evidentemente no prémio que é dado aos menos assíduos, que nada perdem. Podem dizer que as empresas ganham com isso, mas duvido que trabalhadores desmotivados rendam mais, mas também isso o poder não consegue entender.

É conveniente recordar que os deputados da nação, aqueles que foram eleitos pelos portugueses, têm mais do que 22 dias úteis de férias, porque o código do trabalho não se aplica aos deputados. Por último, convenhamos que a maioria dos deputados é dos dois partidos que suportam o executivo, e não se têm eximido de defender estas alterações, que eles não adoptam para si mesmos.

FOTOGRAFIA

3 comentários:

Anónimo disse...

Os eleitos são mais calaceiros que os eleitores.
Bjos da Sílvia

Mário Pereira disse...

A redução das férias insere-se na lógica dominante na Alemanha (que é quem realmente pensa por nós) de que as pessoas do Sul não gostam de trabalhar. Por acaso, os números demonstram o contrário, ou seja, por cá trabalha-se (os que o fazem...) mais horas por ano do que lá, mas os números, como sabemos, valem o que quem manda quiser que eles valham. Infelizmente, o governo aplica a velha regra de ser forte com os fracos e fraco com os fortes e, como tal, baixa as calças perante a gordalhufa. Esta medida é mais uma para "mostrar serviço" à patroa, ainda que isso não nos leve a lado nenhum. O que interessa, como de costume, é mascarar a realidade, e nisso somos bons... Afinal, o César das Neves, do alto da sua pança, não se farta de dizer que Portugal é um país rico?

Mário Pereira disse...
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