quinta-feira, agosto 30, 2012

POEMAS


Atlântico

Mar
Metade da minha alma é feita de maresia.
Mar
 De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Espero

Espero sempre por ti o dia inteiro,

Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

As ondas quebravam uma a uma

Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

Dia do mar no ar

Dia do mar no ar, construído

Com sombras de cavalos e de plumas

Dia do mar no meu quarto-cubo

Onde os meus gestos sonâmbulos deslizam
Entre o animal e a flor como medusas.

Dia do mar no ar, dia alto

Onde os meus gestos são gaivotas que se perdem
Rolando sobre as ondas, sobre as nuvens.

Barcos

Dormem na praia os barcos pescadores

Imóveis mas abrindo
Os seus olhos de estátua
E a curva do seu bico
Rói a solidão.

Praia

As ondas desenrolavam os seus braços

E as brancas tombam de bruços.

Lusitânia


Os que avançam de frente para o mar

E nele enterram como uma aguda faca
E proa negra dos seus bracos
Vivem de pouco pão e de luar.

Ondas

Onde-- ondas-- mais belos cavalos

Do que estes ondas que vóis sois
Onde mais bela curva de pescoços
Onde mais bela crina sacudida
Ou impetuoso arfar no mar imenso
Onde tão ébrio amor em vasta praia.
  
Sophia de Mello Breyner Andersen


segunda-feira, agosto 27, 2012

O ZÉ CONTINUA DE FÉRIAS

O Zé continua de férias e com a actividade reduzida pelo que agradece a vossa paciência e compreensão.

Vivemos em tempos de aperto de cinto como se percebe pela imagem...

Se não se pode ter aquelas férias que se desejavam, então resta-nos a imaginação que é apanágio do nosso povinho.

sábado, agosto 25, 2012

IMPORTA-SE DE REPETIR?


A privatização da RTP era uma verdadeira obsessão do ministro Miguel Relvas e também de Passos Coelho, mas afinal as coisas evoluíram de um modo absolutamente diverso, e a vontade dos dois mudou, e muito.

O anúncio da solução ”muito atraente” foi feito por António Borges, um assessor contratado pelo governo para o processo das privatizações e não por qualquer membro do executivo como seria natural.

O país ficou a saber que a RTP1 será concessionada a um privado, mantendo as “obrigações de serviço público” e recebendo um apoio estatal no valor de 140 milhões de euros anuais. A RTP2 será fechada muito simplesmente, e se o concessionário achar que tem trabalhadores a mais, pode despedir.

O contribuinte continua a pagar a taxa do audiovisual para sustentar um canal com gestão privada, que muito provavelmente continuará a ter publicidade, o que não será “muito atraente” para os contribuintes, o que a somar ao custo destes consultores governamentais é um disparate tremendo.

Ninguém percebe esta “privatização”, mas percebe-se que há uma intenção clara de desmantelar todas as instituições públicas, e este é apenas mais um episódio. 
  


sexta-feira, agosto 24, 2012

POESIA


Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não


Vinicius de Moraes

FOTOGRAFIA

quarta-feira, agosto 22, 2012

FAÇAM-LHE A VONTADE


Eu como cidadão de pleno direito deste país confesso estar farto das diatribes e das provocações de Alberto João Jardim.

Estou farto de ouvir aquele senhor dizer mal do Continente, para depois vir solicitar ajuda monetária para Madeira, Estou farto das suas inaugurações em campanhas eleitorais e das suas recandidaturas ao poder, mesmo quando diz que se vai afastar.

Agora veio com a ideia peregrina sobre um referendo na Madeira sobre a autonomia. O que seria da Madeira se a sugestão deste senhor fosse aceite? E se “os cubanos do Continente” se cansassem de vez de contribuir para perpetuar o senhor Alberto João no poder na Madeira?

Esticar demasiado a corda pode ser fatal para o povo madeirense, mas isso parece pouco importar a esse senhor, que não sabe onde deve parar.

Nota aos amigos: Devido a problemas com a internet e ao início de férias, o Zé esteve afastado das caixas de comentários, mas prometo voltar logo que resolva os problemas de rede e tenha um tempinho.

FOTOGRAFIA

CARTOON
O Arpão by Alexander Kostenko

segunda-feira, agosto 20, 2012

O Engraxanço e o Culambismo Português


Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.

Miguel Esteves Cardoso

sábado, agosto 18, 2012

EXCEPCIONAL E IRREPETÍVEL


Depois do caso Relvas e da sua meteórica licenciatura, que deixou dúvidas em muitas mentes, eis que novas dúvidas assaltam agora a cabeça de muitos portugueses.

Passos Coelho já veio falar de novas medidas de austeridade, e segundo fontes bem informadas, essas medidas consistem no corte total do subsídio de Natal de todos os trabalhadores por conta de outrem, em 2013, ou medida equivalente.

Fazendo um simples exercício de memória podemos recordar que o corte de subsídios era uma medida excepcional e irrepetível, palavra de Passos Coelho em 2011.

A dúvida legítima sobre a escolaridade de Passos Coelho resume-se ao facto de ele não parecer saber o significado da afirmação “irrepetível”, o que não é compatível com a formação académica que consta do seu currículo. É evidente que pode sempre alegar que foi um simples lapso, a utilização dessa palavra, e então fica tudo explicado – palavra de político não é fiável!


sexta-feira, agosto 17, 2012

2 HOMENS ILUSTRES NATURAIS DE SINTRA


D. Afonso V de nome e 12º segundo Rei de Portugal, nasceu em Sintra a 15 de Janeiro de 1432, e morreu na mesma vila a 28 de Agosto de 1481 no mesmo quarto onde tinha nascido. Foi muito afeiçoado às letras e belas artes, cultivando em especial a Matemática e a Música, e o primeiro Rei de Portugal que reuniu no seu Palácio uma livraria. Escreveu sobre astronomia e milícia.

Pedro de Cintra, famoso navegador, foi Moço de Câmara d’El Rei. Sendo Escudeiro do Infante D. Henrique, saiu da barra de Lisboa no ano de 1460, e continuou o descobrimento da Costa Ocidental da África desde o Rio Grande até além do Cabo Mesurado espaço de 629 milhas de Costa para o Sul. Restituído ao Reino navegou com o posto de Capitão de uma armada, composta de 12 navios e 600 homens, de que era Capitão-mor Diogo d’Azambuja, a qual expedira no ano de 1481 El-Rei D. João II para fundar a fortaleza e a povoação de S. Jorge da Mina, cuja empresa se executou com grande solenidade de que resultou intitular-se o mesmo Rei Senhor da Guiné.

In Cintra Pinturesca – Visconde de Juromenha


quinta-feira, agosto 16, 2012

VAMOS FAZER PARTIDOS


As recentes declarações de Paulo Portas e a embrulhada da compra dos submarinos que “emerge e submerge” trazem às notícias detalhes dos acontecimentos de finais de 2004.

Lá surgiu de novo o doador “Jacinto Leite Capelo Rego”, que terá doado 300 euros ao CDS, e o facto de em apenas quatro dias terem sido feitos 105 depósitos em dinheiro a favor do CDS, num total de 1.060.250 euros, que teriam sido angariados em festas e em jantares do partido.

Numa altura em que o dinheiro anda escasso e o emprego escasseia, estou a pensar reunir uns quantos amigos e formar um partido. A par da acção política podíamos apostar em força em festas e jantares para angariação de fundos, que bem podiam destinar-se a fundos de reformas dos dirigentes. 

Bora, malta! O que está a dar é fazer festas e jantares partidários... 

CARTOON
Peter De Seve

terça-feira, agosto 14, 2012

POESIA E PENSAMENTOS


Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milênio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.

Pessoa
 *

A felicidade é parecida com a liberdade, porque toda a gente fala nela e ninguém a goza.

Camilo

MÚSICA

sábado, agosto 11, 2012

PORQUE O POVO DIZ VERDADES


Porque o povo diz verdades,
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.

Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gémea da preguiça,
Mais asquerosa que o lixo.

Já o escravo se convence
A lutar por sua prol
Já sabe que lhe pertence
No mundo um lugar ao sol.

Do céu não se quer lembrar,
Já não se deixa roubar,
Por medo ao tal satanás,
Já não adora bonecos
Que, se os fazem em canecos,
Nem dão estrume capaz.

Mostra-lhe o saber moderno
Que levou a vida inteira
Preso àquela ratoeira
Que há entre o céu e o inferno.

António Aleixo

PS - Perante as indicações do governo no sentido do fecho das fundações de Paula Rêgo e de António Aleixo, talvez seja boa altura de lembrar o António Aleixo com a publicação de um poema da sua autoria

quinta-feira, agosto 09, 2012

SOBRE CULTURA


Um amigo fez o favor de me chamar a atenção para uma entrevista no jornal Público com o director-geral do Património, Elísio Sumavielle, que me apressei a ler.

Não me admirei da referência aos aventais, que são recorrentes nas suas entrevistas, nem com a teoria dos quintais que já conhecia, mas fixei-me mais no título da entrevista que deve ser retirado das suas afirmações, já que está entre aspas, “Não podemos ter medo de pensar no património como um negócio”.

A frase será no mínimo infeliz, ainda que eu também pense que se deve rentabilizar o Património, o que apesar de tudo é bem diferente. Bem a propósito do tal “negócio” lembrei-me da entrega dos 3 palácios de Sintra à sociedade anónima de capitais públicos, Parques de Sintra – Monte da Lua, primeiro com o Palácio da Pena e agora com a entrega também do Palácio da Vila e do Palácio de Queluz.

Enquanto dirigente, e técnico como gosta de se apresentar, Elísio Sumavielle reconhece que a direcção geral que chefia não tem competência para gerir eficazmente estes 3 palácios nacionais, ao entregar a sua gestão à dita empresa. No mínimo não terá nos seus serviços pessoas capazes de fazer essa gestão, o que não é fácil de aceitar.

A propósito das entregas dos palácios da Vila e de Queluz, chegou-me ao conhecimento que os funcionários dos dois serviços ainda não foram contactados pela DGPC, da qual Elísio Sumavielle é director, para explicações quanto ao seu futuro, apesar de já ter sido aprovada a entrega no Conselho de Ministros do passado dia 18 de Julho, e já esteja plasmado na página electrónica da referida empresa.

O negócio parece-me forçado e no quintal do director-geral há pouca informação aos colaboradores, que lhe deviam merecer o maior respeito.
 
PS - Acreditem ou não, eu pensava escrever sobre a Fundação Paula Rêgo, mas fico-me por aqui.

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quarta-feira, agosto 08, 2012

DIFERENÇAS


Há diferenças, apesar de tudo.
 
François Hollande está no governo há 56 dias. Passos Coelho, há cerca de um ano. Vejam as diferenças.
Os dados que aqui constam são oficiais e foram traduzidos do jornal Le Monde :

- Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência e destina-se a ser distribuído pelas regiões com maior número de centros urbanos com os subúrbios mais ruinosos.


- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos estatais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do "carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha € 650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu rendimento do trabalho, significa que é muito ambicioso, é estúpido, ou desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras " . Fora os Peugeot e os Citroen. 345 milhões de euros foram salvos imediatamente e transferidos para criar (a abrir em 15 ago 2012) 175 institutos de pesquisa científica avançada de alta tecnologia, assumindo o emprego de 2560 desempregados jovens cientistas "para aumentar a competitividade e produtividade da nação."


- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, líquidas, que ganham mais de 5 milhões de euros/ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afetar um euro do orçamento, contratou 59.870 diplomados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012, e depois outros 12.500 em 01 de setembro, como professores na educação pública.


- Privou a Igreja de subsídios estatais no valor de 2,3 milhões de euros que financiavam exclusivas escolas privadas, e pôs em marcha (com esse dinheiro) um plano para a construção de 4.500 creches e 3.700 escolas primárias, a partir dum plano de recuperação para o investimento em infra-estrutura nacional.


- Estabeleceu um "bónus-cultura" presidencial, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero de impostos se se estabelece como uma cooperativa e abrir uma livraria independente contratando, pelo menos, dois licenciados desempregados a partir da lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro dos gastos públicos e contribuir para uma contribuição mínima para o emprego e o relançamento de novas posições sociais.


- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editoras, substituindo-os por comissões de "empreendedores estatais" que financiam acções de actividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relativos a estratégias de marketing avançados.


- Lançou um processo muito complexo que dá aos bancos uma escolha (sem impostos): Quem proporcione
 empréstimos bonificados às empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, e quem oferece instrumentos financeiros paga uma taxa adicional: é pegar ou largar.

- Reduzido em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham mais de € 800.000 por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 mil milhões) criou um fundo que dá garantias de bem-estar para "mães solteiras" em difíceis condições financeiras que garantam um salário mensal por um período de cinco anos, até que a criança vá à escola primária, e três anos se a criança é mais velha. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.


Resultado: o spread com títulos alemães caiu, por magia. A inflação não aumentou.

A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de Junho, pela primeira vez nos últimos três anos.

Recebido por mail

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segunda-feira, agosto 06, 2012

PRAIA DO ESQUECIMENTO


Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada.
A minha vida nem consente

rumor de gente

na praia desolada.


Apenas decisão de esquecimento:

mas só neste momento eu a descubro

como a um fruto rubro

de que, sem já sabê-lo, me sustento.


E do Sol amarelo que há no céu

somente sei que me queimou a pele.

Juro: nem dei por ele

quando nasceu.


David Mourão-Ferreira

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sábado, agosto 04, 2012

AS FÉRIAS E O EXEMPLO


Já estão em vigor as alterações ao código do trabalho e uma delas traduz-se na redução do período de férias que agora está limitado a 22 dias úteis. Podemos dizer que a medida não se percebe, e que os prejudicados por esta alteração são exactamente os mais assíduos, mas penso que as cabecinhas que estão no poder não o entendem.

Quando digo que quem decidiu (o governo) não sabe o que anda a fazer, estou a pensar evidentemente no prémio que é dado aos menos assíduos, que nada perdem. Podem dizer que as empresas ganham com isso, mas duvido que trabalhadores desmotivados rendam mais, mas também isso o poder não consegue entender.

É conveniente recordar que os deputados da nação, aqueles que foram eleitos pelos portugueses, têm mais do que 22 dias úteis de férias, porque o código do trabalho não se aplica aos deputados. Por último, convenhamos que a maioria dos deputados é dos dois partidos que suportam o executivo, e não se têm eximido de defender estas alterações, que eles não adoptam para si mesmos.

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