quinta-feira, janeiro 19, 2012

A IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE

Eu sempre me guiei na vida por alguns princípios básicos, e um deles é que o que é mau para mim também é mau para os outros.

Este princípio não faz parte da atitude de muita gente a começar por grande parte dos políticos, continuando pelos grandes empresários e acabando até em muitos dos trabalhadores que acham que desde que eles se safem, então não há problema.

Vem esta introdução a propósito de declarações de Paulo Azevedo, o herdeiro que é presidente executivo da Sonae, à margem do Congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.

Paulo Azevedo brindou os jornalistas com estas frases: “Com toda a sinceridade, as (empresas) que temos (na Holanda) é pela estabilidade do sistema fiscal”, acrescentando que “é muito penalizador para as empresas estarem a questionar permanentemente a estrutura dos grupos e não saber, mês após mês, o que têm de fazer, se têm de transformar tudo ou não, e ninguém esclarecer”, e ainda “a gestão fiscal é um peso enorme para as empresas em termos de estabilidade e segurança”.

Curiosamente o CEO da Sonae tem toda a razão, e eu concordo inteiramente com ele nestas afirmações, mas continuo a prezar o tal princípio que mencionei no princípio, o que é mau para mim também é mau para os outros.

Paulo Azevedo podia ser coerente com o que afirmou reconhecendo que a instabilidade fiscal também é má para os restantes portugueses, e na sua grande maioria eles não podem ter sede na Holanda. Podia também mudar de opinião e de atitude no que respeita à instabilidade laboral, e à precariedade, porque é muito penalizadora para os seus funcionários (e não só), que passam dias e dias a pensar quando é que serão enviados para o desemprego, não sabendo como honrar os compromissos das suas casas e das suas famílias.

A estabilidade é boa para as empresas, é boa para os trabalhadores, é boa para se projectar o futuro e é um factor importante para a melhoria da produtividade. Tudo isto se aprende facilmente na vida sem ser necessário mandar vir um Nobel da economia, meus caros. Tenho pena que os nossos empresários não o consigam entender, e que os (maus) políticos também não o percebam.


FOTOGRAFIA

3 comentários:

C Valente disse...

A maior parte dos políticos são egoístas e só lá estão para se governarem
saudações amigas

Anónimo disse...

Já com as maiores discrepâncias na distribuição da riqueza, só faltava mesmo sermos os que mais horas e dias de trabalho temos em toda a Europa.
Numa Democracia o governo apoia o trabalho quando este enfrenta o capital, por cá o governo fica do lado do capital e esmaga os direitos de quem trabalha. Onde pára a Democracia?
Bjos da Sílvia

São disse...

Não posso etar mais de acordo do que estou com o seu texto e, també, com o seu prncípio.

Bom dia.