sábado, outubro 22, 2011

VISTAS CURTAS

Um país que pretende crescer apenas à custa de baixos salários está condenado a ir ao fundo poço, antes de começar a sua caminhada, mas há quem o não perceba.

Podia começar pelo 1º ministro que diz contar que os patrões do sector privado vão cortar nos salários. Uma palavra de ânimo aos cidadãos deste país, na sua óptica, mas que não deve ser agradável para os visados.

Não se julgue que são só alguns patrões que desejam baixar os custos via cortes nos salários, porque como se viu também essa a visão de Passos Coelho, que até diz que a escolha é apenas entre o desemprego ou cortes salariais.

Os partidos que suportam o actual governo também afinam pela mesma linha, basta ver o sentido do seu voto perante a possibilidade de aumento do salário mínimo, que foi a rejeição pura e simples.

Pouco importa recordar a opinião do PSD e do CDS quando estavam na oposição, e sobre este mesmo assunto, porque já estamos habituados a ouvir precisamente o contrário logo que chegam ao poder, mas é vergonhoso ouvir da boca de um deputado que “não é o governo que paga o salário mínimo nacional”, ou que o seu partido continua a defender o “salário justo”.

Que tal referendar o salário mínimo para os senhores deputados? Talvez seja a única maneira de ter no hemiciclo quem saiba o que custa a vida, e não gente que não sabe nada da vida e das dificuldades de boa parte da sociedade.

CARTOON


VÍDEO
Com a devida vénia, publico este vídeo do blog Aventar

8 comentários:

LopesCaBlog disse...

Completamente :s

Unknown disse...

O Presidente está contra o corte dos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos porque põe em causa a equidade fiscal. Logo que Cavaco diz alguma coisa de jeito fá-lo pelos motivos errados.
O que o Presidente pretenderia, em defesa do bom nome da equidade fiscal, imagino eu, é que se cortassem os subsídios de férias e Natal também dos trabalhadores do privado. Seria uma merda de igual modo, mas pelo menos ninguém se ficava a rir.

O Sr. Presidente, como gosta muito da equidade, esqueceu-se que me custa tanto dinheiro como a Casa Real Espanhola a um nuestro hermano? E ainda por cima não tem pinta nenhuma?

O Governo prontamente reagiu que ou se levam a cabo os cortes ou manda-se gente para a rua.

- Olha, é verdade, vou ter de te cortar o braço esquerdo e a perna direita...
- Mas isso não me dá muito jeito... Fazem-me falta...
- É pá, é isso ou um tiro nos miolos!!
- AH, bom!! Então está tudo bem! Corta, por favor!!

Isto da equidade, se calhar era colocar a pagar a crise quem mais contribuiu para este estado de coisas primeiro, quem mais pode e merece, em segundo e quem menos pode, em terceiro.

Dou exemplos:
Imposto Europeu sobre transacções financeiras

Imposto Português sobre transacções financeiras (ah e tal que já existe - as SGPS têm de pagar)

Acabar com PPP, Fundações e outras confusões.

Não haver reformas superiores a 3000€. Ninguém morre à fome com este dinheiro por mês. A reforma é uma fonte de subsistência. Se não há dinheiro para uns também não pode haver para os outros. Não me venham com a treta dos direitos adquiridos porque hoje em dia todos são ignorados.

Ninguém na Administração Pública pode auferir mais do que o 1º Representante do Estado. (Ok, é o Cavaco, mas é o que temos)

Não dar prémios a gestores de empresas que dão prejuízo! Estão a premiar o quê? Incompetência?

Colocar as empresas públicas a dar lucro ao invés de as vender ao desbarato.

Alguém imagina quantos milhares de milhões de €uros isto representa?
Porque se corta um braço a um pobre com uma faca de ouro maciço e não se vende antes a porcaria da faca?

Tivemos 37 anos de medidas que nos trouxeram até aqui. Não é com mais do mesmo que daqui saímos.

Pata Negra disse...

Falam-nos em sacrifícios do alto dos seus chorudos rendimentos, contudo, para muitos, os meses de sacrifícios já lá vão, estão a entrar na porta da miséria. E em nome de quê?! Em nome de políticas que pregam um caminho sem alternativa. Ora, sem alternativa não existe democracia!
Vistas curtas, dizes! Ou vistas de longe! Olham-nos como se estivessem a salvo num miradouro a observar a seca. Começamos a desejar o incêndio! Não julguem eles que o seus palácios não podem arder!
Um abraço de classe

São disse...

Portugal está sem estratégia e sem visão a largo prazo.

O Orçamento de Estado é um documento político, com opções ideológocas e eu só ouço discutir aspectos técnicos!!

Boa noite.

Isamar disse...

Subscrevo o que acabas de dizer, caro zé.Os ordenados chorudos é que deviam baixar, ser submetidos a um tecto salarial e não os ordenados de miséria que já não dão para pagar o essencial àqueles que os auferem.
Estou cada vez mais indignada pois estas políticas não trazem soluções para um relançamento da economia mas sim para o aumento do desemprego e da pobreza.

Bem-hajas!

Abraço fraterno

Elvira Carvalho disse...

Ainda ficou alguma coisa para acrescentar?
Um abraço e bom fim de semana

zeparafuso disse...

Será que algum politico de carreira, caso do PM ou até do secretário do PS, alguma vez trabalhou ( a sério, não como assessores ou administradores não executivos seja do que for). Alguma vez viveram com o ordenado mínimo? Alguma ves tiveram que se esforçar para comprar comida? Alguma vez tiveram que contar os tostões e escolher entre manteiga ou leite, porque o dinheiro não chegava para levar os dois? Alguma vez tiveram que deixar de comer para que os filhos não passassem fome? Nada disto lhes interessa. A única coisa que interessa é criar leis ou modificar estutos de modo a quando deixarem de fingir que trabalham possam ter uma vida de nivel superior, mesmo que o resto do pessoal passe fome.

Anónimo disse...

Como não estar de acordo?

LUIZ