segunda-feira, setembro 26, 2011

O QUE DIZ LÁ FORA…

Eu sempre disse que os políticos têm preparados diferentes discursos, consoante estejam na oposição, no governo, cá dentro ou lá fora.

Falo precisamente de Pedro Passos Coelho, actual 1º ministro e líder do PSD, porque é quem neste momento tem sob sua tutela a pasta da Cultura, que passou a ser uma Secretaria de Estado.

Lembro-me de ouvir este senhor dizer, enquanto líder do maior partido da oposição, que o Estado não tinha funcionários a mais, mas que estavam apenas mal distribuídos. Dizia também que não haveriam despedimentos na função pública, o então líder do PSD.

Agora Pedro Passos Coelho é 1º ministro e extinguiu o Ministério da Cultura, que enquanto Secretaria de Estado ficou sob sua tutela directa, o que foi considerado na altura um privilégio pois assim teria a sua atenção mais directa.

A atenção de Passos Coelho deve estar a milhas das questões da Cultura, pois não terá dado conta que o seu Secretário de Estado da Cultura, passou a tutela de dois Palácios Nacionais, o de Queluz e o Sintra, para a alçada da empresa pública Parques de Sintra – Monte da Lua, sem consultar os sindicatos e sem informar os trabalhadores daqueles serviços.

Estes dois Palácios Nacionais significam cerca de dois milhões de euros de receitas da Secretaria de Estado da Cultura, o que é praticamente o mesmo do que Francisco José Viegas pretende poupar para o orçamento de 2012.

Tão relevante como as verbas que a SEC deixa de receber, é a situação dos trabalhadores dos dois serviços que é pelo menos nebulosa, pois não é conhecido nenhum procedimento que acautele a sua situação, uma vez que os palácios não vão encerrar, como se percebe.

Falar lá fora (na ONU) em “relançamento do crescimento e do emprego”, parece um eufemismo quando cá dentro se tomam decisões destas em que os trabalhadores são simplesmente ignorados pela tutela, que por acaso é a do 1º ministro de Portugal.

Pensamos que se trata de uma decisão algo atabalhoada e que tudo se irá compor, mas vamos ver o que se segue e qual a solução que vai ser encontrada para as dezenas de trabalhadores destes dois serviços.


CARTOON
Cuidado com o que se pede

FOTOGRAFIA

4 comentários:

Maria disse...

É, de facto, os discursos alteram-se conforme as posições.Resta saber que critérios estão a pensar usar para terminar com esses e não outros postos de trabalho na Administração Pública.
Quanto aos museus passarem para o sector empresarial do Estado é a "velha ideia" de "escola" que a gestão das despesas e das receitas e particularmente da actividade, encaixa naturalmente melhor num modelo empresarial... Já foi experimentado e não me consta que com tão resultados muito brilhantes ...

Maria disse...

"tão" , no comentário anterior fico a mais. Entenda-se não escrito.
:)
Um beijinho amigo

Maria

Anónimo disse...

Como arranjar lugares para os amigos dentro do Estado começa a ser difícil toca a mandar serviços para a esfera das empresas públicas, onde o critério é sempre ditado pelos gestores, sem embaraços legais.
Brilhante!
Bjos da Sílvia

Pata Negra disse...

Espero bem que nenhum desses trabalhadores tenha confiado ou votado num homem com tão pouca cultura! Cultura e PSD são coisas que não combinam!
Um abraço preocupado com a febre de privatizar - salvem o ar!!!