quarta-feira, abril 06, 2011

APRENDIZES DE MAQUIAVEL

Cada vez mais tenho para mim, que os políticos deste país andaram a ler Maquiavel, e tentam replicar o seu pensamento de um modo ainda mais retorcido do que o próprio seria capaz.

Em abono da verdade podemos dizer que a política atinge a maioridade com Maquiavel, que passou a conceber a política numa esfera completamente autónoma da vida social. Com ele a política deixa de ser pensada a partir da ética e da religião, iniciando-se uma ruptura completa com os clássicos da antiguidade e com os valores cristãos medievais.

Com Maquiavel deixa de ser pensada apenas no contexto filosofia, passando a constituir-se num espaço independente, com regras e dinâmicas livres de considerações privadas, morais filosóficas ou religiosas.

Para Maquiavel a política devia preocupar-se com as coisas como são, com toda a crueza, e não com as coisas como deviam ser, com todo o moralismo que lhes é subjacente. Ao libertar a política da moral, Maquiavel explicitou o seu carácter terreno e transformou-a em algo passível de poder ser assimilada pelo comum dos mortais.

Esta teoria teve um preço. Não foi por acaso que Maquiavelismo passou a ser sinónimo de política desprovida de moral e de boa fé, ou procedimento astucioso e velhaco.

Este florentino ao pretender demonstrar a hipocrisia moral da sua época, acabou por inspirar uma legião de seguidores, para os quais só importa uma simples e famosa frase dele: “Os fins justificam os meios”.

Sugestão de leitura - O Príncipe de Nicolau Maquiavel (Ebook download grátis)



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By waveystar

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3 comentários:

Anónimo disse...

Maquiavélicos "aprendizes de feiticeiro", más caricaturas de político, mas eficientes máquinas de esbanjamento de dinheiros públicos. Cadeia era o lugar perfeito para gente dessa laia.
Lol

AnarKa

tulipa disse...

XAMUAR

No próximo fim de semana vai haver um encontro-convívio das pessoas da cidade da Beira e eu vou, se Deus quiser.
Depois conto como foi.
E, assim vou fazendo os meus passeios "cá dentro", em fins de semana prolongados.

Sobre as viagens ao estrangeiro, sei que vai chegar o dia em que vou parar, mas enquanto puder, vou fazendo; eu costumo dizer que trabalho p/pagar as viagens de férias e pouco mais...e, numa casa em que só uma pessoa viaja, fica sempre mais económico.

Penso que em 2012 irei dizer o mesmo que tu ("...porque as razões não são as melhores...") mas enquanto 2012 não chega é aproveitar.

Um abraço forte da Xamuar.

Isamar disse...

As declarações que tenho ouvido são de uma crueza tal que me deixam deprimida.Maquiavélicas, como dizes. E lembrar-me eu que quando há algum tempo se falava de crise logo havia quem viesse dourar a pílula.
Agora ela aí está, nua e crua, a doer aos trabalhadores que são aqueles que vão sofrer.

Bem-hajas!

Abraço fraterno