quinta-feira, março 10, 2011

O JOGO DA MENTIRA

Começa a ser patético assistir a tentativas desesperadas e inúteis, no sentido de enganar os parceiros europeus, levando a Bruxelas um documento que não passa de uma declaração de intenções de continuar a discutir um acordo que nunca será aceite pela maioria dos portugueses.

O governo, o patronato e a UGT assinam uma declaração em que se comprometem a continuar a discutir um acordo para a competitividade e emprego, cujas linhas gerais apenas apontam para uma maior facilidade no despedimento, menores indemnizações para os despedidos ilegalmente, e maior precariedade.

A verdade pode ser muito dura, mas o desemprego já é insustentável para a segurança social, e não é facilitando os despedimentos que se inverte essa situação. As políticas económicas seguidas pelos últimos governos foi desastrosa e a factura começa a ser paga.

Bruxelas não vai engolir este “acordo”, como os mercados não engolem que este executivo consiga inverter a situação em que nos encontramos. Os discursos optimistas e os números “fabricados à pressa”, como os esgrimidos recentemente relativos a Fevereiro, não encontraram eco nos mercados, que nos penalizaram com juros cada vez maiores.

A Islândia deu-nos pistas sobre como reagir, agora temos a Irlanda a dizer que não pretende seguir as directivas do FMI e que pretende renegociar a dívida. Nós podemos aprender e temos um trunfo que é o de dizer claramente em Bruxelas que após a nossa queda, será a Espanha que estará na linha da frente perante os especuladores, e isso será o golpe final na utopia do euro.



FOTOGRAFIA
Sisters by Radu Carp

CARTOON

2 comentários:

Pata Negra disse...

Onde se lê, "o governo, o patronato e a UGT", deve ler-se "o patronato, o patronato e o patronato".
Quanto a acalmar mercados, melhor seria tentar uma nova manga: e que tal se mudássemos de governo!?
Quanto a parceiros, e que tal se deixássemos de ser filiados na UGT?!
Um abraço sem jogo e sem mentira

Anónimo disse...

Esperteza saloia...
Lol

AnarKa