segunda-feira, novembro 15, 2010

NO REINO DO FAZ DE CONTA

É muito difícil viver num país em que a confiança nos políticos não existe, e onde a desconfiança se estende às maiores instituições e empresas. Sabemos que em campanhas eleitorais há a tendência de se prometer o céu na terra, mas não temos eleições todos os dias.

O capital de confiança é inversamente proporcional às mentiras que se proferem, e infelizmente já entrámos em campo negativo.

Falando apenas em casos recentes, temos o senhor ministro das Finanças que afirma que só com as taxas da dívida pública nos 7% é que se encarava o pedido de ajuda por parte do FMI. Passada uma semana temos o 1º ministro a dizer que não havia necessidade nenhuma de pedir a ajuda do FMI, e um outro ministro, já com a taxa a 7%, dizer que não se ia pedir coisa ajuda nenhuma, porque o orçamento era para continuar como proposto e nós havíamos de conseguir atingir os objectivos traçados pelo Governo.

Começa esta semana e já todos dizem que o mais provável é virmos a pedir a ajuda do FMI, como a Grécia e a Irlanda. O próprio Teixeira dos Santos a reconhecer que o risco de Portugal recorrer a apoio financeiro «é muito elevado».

Também podia falar da PT onde o 1º ministro disse que o Estado tinha uma palavra a dizer nas opções estratégicas, e onde queria que os dividendos obtidos com a venda da Vivo viessem a ser taxados, e logo aparece Ricardo Salgado a dizer preto no branco que a decisão da distribuição de rendimentos já este ano é para avançar. Isto, na sua interpretação porque não se pode defraudar os mercados (?), ainda que esteja a falar de lucros de 2010, que normalmente só deveriam ser distribuídos em 2011.

Neste país faz-se de conta que se diz a verdade, só a verdade e nada mais do que a verdade. Nós é que percebemos tudo ao contrário.

FOTOGRAFIA
By Palaciano

CARTOON
Bill Stott

5 comentários:

Pata Negra disse...

No reino do faz-de-conta ou no reino dos porcos?!
Um abraço do Rei dos Leittões

Daniel Santos disse...

somos um povo ignorante que não percebe nada.

Anónimo disse...

mas há mesmo assim muito burro, tão burro que vota neles!
Bjos da Sílvia

opolidor disse...

burros de carga que carregam os fardos da dureza...
abraço

zeparafuso disse...

Num País " do faz de conta ", onde dificilmente se diz uma verdade. Quanto aos 7%, o ministro tinha razão eram......7,45%, não é a mesma coisa que chegar aos 7%. É como a história dos empregos...alguém já esqueceu que a promessa eram 150.000 postos de trabalho? Pois, eu creio que ninguém! Mas mais uma vez o ministro tem razão ... independentemente das empresas que fecharam e dos 700.000 desempregados, já foram criados 132.000 postos de trabalho ( na versão do governo ). Eles nunca disseram que iriam criar 150.000 postos de trabalho, para além dos que já existiam, nós é que percebemos mal. Isto é, se por acaso fossem para o desemprego 2.000.000 de trabalhadores e o governo empregasse 150.000, tinham cumprido a sua palavra. Assim sendo como é que náo havemos de estar num País " do faz de conta " ?