sexta-feira, outubro 08, 2010

SONETO DE JOSÉ RÉGIO

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.




FOTOGRAFIA


CARTOON
Conhecem?

4 comentários:

Pata Negra disse...

Ler estes textos do passado dá-me cá uma azia! Não conhecia - o poema, claro!

zeparafuso disse...

Cinema S.Jorge, quando ainda era cinema e se faziam obras de manutenção. Vi alguns bons filmei e namorei lá.

Saozita disse...

Olá Zé Povinho, passei por aqui e gostei muito deste soneto, que se enquadra perfeitamente nas postagens que estou a fazer no meu blogue. Desculpe, mas irei aproveitar para colocar em post durante esta semana que é dedicada à luta contra a fome e exclusão social.

Tenha uma boa semana.

Bjs

Sãozita

Anónimo disse...

Gostei do cartoon, e julgo que conheço aquela folha de algum lado...
Bjos da Sílvia