domingo, agosto 01, 2010

AS DESVENTURAS DO REI

Há predicados que não são favoráveis a um reinado longo e bem sucedido, de um rei que não nascera para o ser, não fora educado para essa função e ainda por cima tinha ficado marcado por grave enfermidade aos três anos de idade.

D Afonso VI teve a seu favor a liderança do conde de Castelo Melhor, que de algum modo colmatou a incapacidade mostrada pelo seu monarca, e a sorte das vitórias militares contra os vizinhos espanhóis.

As desventuras deste monarca foram diversas, mas o seu casamento com D. Maria Francisca de Sabóia foi talvez o princípio do fim do seu reinado. Quando António de Sousa Macedo cai em desgraça perante a rainha, ao mesmo tempo que esta se começa a entender com o cunhado, o infante D. Pedro, a sorte do conde de Castelo Melhor fica traçada.

D. Pedro começa a exigir a demissão do conde, por defender António de Sousa Macedo, e acaba por acusá-lo de tentativa de envenenamento em Queluz. O infante diz que tem testemunhas, mas que elas não queriam arriscar-se e que só testemunhariam quando o conde fosse demitido. O que nunca veio a acontecer apesar da demissão do conde que partiu para Inglaterra.

Afastados os dois amparos do fraco rei, D. Afonso VI foi incapaz de resistir a seu irmão D. Pedro. O passo que se seguiu foi o processo de divórcio da rainha, um processo vergonhoso que antecedeu a abdicação ao trono em favor do seu irmão.

Sendo incómodo para o novo rei, D. Afonso VI foi desterrado para os Açores durante 4 anos, tendo voltado para o continente quando se temeu uma conspiração para o soltar, ficando preso no Paço Real de Sintra durante mais nove anos, até à sua morte em 12 de Setembro de 1683.

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D. Afonso VI

CARICATURA
William Medeiros

William Medeiros

6 comentários:

o escriba disse...

Efectivamente é uma história triste, de intrigas e de indignidades.
Gostei de ir lá ao site do palácio. Obrigada.


Bom fim de semana
Um abraço
Esperança

Cristina Torrão disse...

Ó Zé, escreva um romance histórico, andam na moda! E o assunto dá pano para mangas, é um verdadeiro thriller! Se o D. Afonso VI fosse inglês, já existiam dúzias de romances sobre ele e, pelo menos, três filmes...

Anónimo disse...

Um tema pouco explorado da História de Portugal, mesmo considerando o filme que nada acrescentou ao que os compêndios nos dizem. Gostei da abordagem com os blocos de interesses em questão.
Bjos da Sílvia

São disse...

Li as respectivas biografias dos dois monarcas e fiquei com profunda pena de Afonso, com a impressão de que Francisca não foi propriamente uma esposa exemplar, e de que Pedro era inconfiável!
Um abraço.

Anónimo disse...

Felicitações do Palaciano pelo assunto e pela abordagem sucinta e objectiva.
Força Zé

LopesCaBlog disse...

Relembrar a história :)