terça-feira, julho 06, 2010

POESIA

Soneto

Ó virgens que passai, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido Lar.

Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O Sol que tomba, aureolando o Mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a Graça, a formosura, o luar!

Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruína do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas

Que eu vi morrer num sonho, como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me nessa voz... Cantai!

António Nobre


HOMENAGEM
Na voz de João Villaret. Ouçam bem a letra, e garanto-vos que os mais velhos entenderão o que está implícito nesta letra, que a censura deixou passar porque se tratava de uma música para o teatro de revista.
Discover the playlist Rosa Araújo with João Villaret


FOTOGRAFIA
Stairway to heaven By Ben Goossens

Somebody's Watching Me By Patrick Desmet

CARICATURA
Achille Superbi

6 comentários:

mfm disse...

1- Caminhamos para lado nenhum. É o vazio.
2- Por cá é mesmo assim - quando há um 'olho vivo' os outros têm por costume baixar a pestana.
3- Enquanto uns estão sempre a engordar outros vão desmilinguindo - é a vida ...

Anónimo disse...

Virgens? Pois...
Olhó Bucha e o Estica!
Bjos da Sílvia

Cristina Torrão disse...

Stairway quê? Não era o João Pé-de-Feijão?

opolidor disse...

as searas andam pouco abastadas...
abç

o escriba disse...

A ver "braga por um canudo" andamos todos!...

Lindo soneto de António Nobre!

Um abraço
Esperança

Marreta disse...

E não estará ainda actual?...

Saudações do Marreta.