segunda-feira, dezembro 21, 2009

DIREITO À OPINIÃO

Recebi umas quantas mensagens sobre a minha opinião sobre alguns patrões que não demonstram ter consciência social, e sobre governos que não sabem que o equilíbrio entre o capital e o trabalho é essencial para que exista paz social e um clima de cooperação entre os dois campos.

Um determinado comentador reitera a licitude do desejo e da procura de lucro quando se investe. Não percebi a indirecta porque nunca coloquei em causa essa premissa, e porque nunca advoguei que coubesse ao patronato determinar como se deve redistribuir a riqueza com os instrumentos que só ao Estado estão atribuídos.

Não gosto que me perguntem se simpatizo com este ou com aquele grupo empresarial, com este ou com aquele investidor, porque como não os conheço pessoalmente as críticas que eu possa fazer nada têm de pessoal, já que me limito a emitir opinião sobre os factos conhecidos.

Sou contra a mesquinhez dos que vieram a terreiro dizer que 25 euros de aumento era ruinoso para algumas empresas, sou absolutamente contra os que pretendem aumentar horários para as 60 horas, sem qualquer encargo para as empresas (portanto sem remuneração extraordinária para os empregados), aproveitando as situações precárias que praticam e as vantagens fiscais de que beneficiam sistematicamente, para forçarem o acordo sem alternativa que não seja o desemprego a curto prazo.

A época é de concórdia, por isso cada um use a sua cabeça e decida se prefere que os mais fortes ditem as leis, ou se pelo contrário acha que cabe ao Estado manter os equilíbrios necessários para que seja assegurado a todos uma qualidade de vida aceitável e digna.



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PINTURA
Happy Holidays by milbisous

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CARTOON
Tab (Thomas Boldt)

Mike Lane

7 comentários:

MARIA disse...

Olá Zé, bom natal para si e para a sua família.
Eu também não ponho as mãos no fogo por nenhum grupo empresarial e acho que deve continuar a expressar a sua genuína opinião.
É das poucas coisas que ainda nos vai restando neste País...

Um beijinho sempre amigo e boas festas.

Mare Liberum disse...

Caro amigo, sempre gostei dos seus artigos de opinião e é um direito seu exprimir, aqui, aquilo que pensa sobre os mais diversos factos.
A propósito, deixo-lhe um extracto do que pensa Mia Couto sobre os "ricos":
"A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas."

Bem-haja!

Um Santo e Feliz Natal

Jorge P. Guedes disse...

É inquestionável, para mim, que quem investe tenha lucros. Sem e mpregadores privados, seria o Estado a providenciar emprego para todos? Claro que não. Porém, está mais do que provado que é nas empresas onde os trabalhadores se sentem tratados como gente e reconhecem a justiça da redistribuição das mais-valias que a paz laboral existe e a empresa medra.

Um abraço.

Meg disse...

Zé,

Desculpa o desassombro mas ainda há quem diga que em África é que havia exploração!
E cá... o que há?
Sabes que mais? Que nunca as mãos (ou o teclado) te doam!
É de vozes como a tua que precisamos.

FESTAS MUITO FELIZES para ti e para todos os teus.

Um abraço

Marreta disse...

Essa desculpa esfarrapada de que um aumento de 25 euros é a ruina de muitas empresas não colhe. Quem cria uma empresa tem que saber que precisa de pagar salários e que não vai ter (ou pelo menos não devia ter) escravos mantidos a pão e água. Se não têm condições para abrir uma empresa não abra!

Saudações do Marreta.

bIsNiS pULsA eLekTRiK disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Papoila disse...

Querido Amigo Zé:
Subscrevo! Mas hoje é outro o meu propósito...
Para ti, folha da minha árvore, paz, amor, saúde, sorte e prosperidade. Simplesmente porque cada pessoa que passa na nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Esta é a maior responsabilidade da vida e a prova evidente que as almas não se encontram ao acaso. A Papoila vai encerrar por um tempo… Voltarei! FELIZ NATAL E UM BOM ANO DE 2010.
Beijos