segunda-feira, maio 04, 2009

CULPA E CASTIGO

Ao ouvir responsáveis pelo PS exigirem pedidos de desculpa por ofensas, corporais ou verbais, e ao mesmo tempo vangloriarem-se por serem vítimas ou de dissidências antigas, ou até do desgaste que advém da acção governativa, apetece-me dizer que quem não quer lobo não lhe veste a pele.

Não percebi qual a ideia de Vital Moreira em integrar uma delegação do PS à manifestação do 1º de Maio da CGTP. Que se saiba é um independente, pelo que não representa o partido, e depois porque tanto quanto se sabe é apenas um candidato ao Parlamento Europeu, penso até que ainda nem formalizou essa candidatura.

Não concordo, penso mesmo que ninguém concorda com agressões ou insultos, mas penso que há quem se coloque a jeito para os merecer.

Já depois do episódio Vital Moreira, houve outro, menos badalado mas igualmente barulhento, agora com José Sócrates. Também aqui a vitimização surgiu, embora mitigada já que foi considerada “democrática”.

O descontentamento é real, a contestação existe um pouco por todo o lado, e mesmo que não concordemos com os excessos, eles podem acontecer porque governar também tem destes inconvenientes.





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7 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé Povinho

Não sou defensora de insultos nem de agressões que menorizam quem os pratica e razões por aí não se fazem ouvir.
Mas desta vez as agressões são legitimas, justificadas e mais que justas. Então se o homem abandonou o PCP e é destacado candidato do PS às Europeias defendendo a continuidade de Durão Barroso alguém me explica o que foi fazer à manifestação da CGTP?
Se um inimigo meu forçasse a entrada em minha casa eu corria-o à paulada.

Pena que o agredido as tivesse ido pedir e as exiba como um troféu.

Abraço

Anónimo disse...

Quanto mais baixo caímos, no emprego e economicamente, maior é o descontentamento e mais graves as formas como se pode vir a manifestar. É dos livros, por isso as virgens ofendidas são apenas actores de alguma encenação.
Os bonecos são muito bons e as flores simplesmente uma beleza.
Bjos da Sílvia

Meg disse...

Amigo Zé,

Também eu regressada...o trabalho apertou e muito (felizmente, já que muitos não se podem gabar disso), acabo de ler o que escreveste e acho que o comentário mais adequado é o próprio cartoon do Goraz, ahahah!!!

E, quanto às flores, ficas a saber que tas roubo.

Um abraço

Elvira Carvalho disse...

Vital Moreira "precisava ir" em busca de algum exaltado capaz de fazer aquilo que dizem fizeram. Porque o governo "precisava" de uma vitima que canalizasse as simpatias que o PS via afastarem-se e que podem render votos.
Um abraço e como cá não estava no dia 27 de Abril, por favor procure no Sexta o post desse dia que também lhe é dedicado.

Alexa disse...

Zé Povinho
o Vital Moreira pôs se a geito para se vitimizar, é claro que só podia era ser insultado.
Penso que as vitimizações de tão habituadas a elas que estamos já não peguem
já não pegam.
beijo

Dr. Mento disse...

Concordo que a agressão ao Vital Moreira foi um acto bárbaro e nada digno de uma democracia minimamente madura. Mas o Vital tem que perceber que há que olhar para a frente e não gastar mais tempo a exigir pedidos de desculpas ao PCP. Se ele poderia tirar alguma vantagem política da agressão de que foi alvo, neste momento, essa vantagem esfumou-se por completo.

Contudo, antes deste episódio, já o Vital Moreira mostrava uma inclinação particular por dedicar as suas embirrações ao PCP, seu amado partido de outras eras. Há quem diga que o PCP está parado no tempo, mas Vital Moreira não avançou muito para além do dia em que deixou as hostes de vermelho. Enquanto isso, em meados de 2009, PSD e BE vão avançando nas sondagens…

Pata Negra disse...

O que fariam os devotos da Senhora de Fátima se uma ex-freira, no fim de escrever e dizer mal da Igreja e dos seus fiéis, se deslocasse ao recinto do 13 de Maio com a sua comitiva?
O gesto de Vital foi uma provocação calculada! E não me venham dizer que foi o Comité Central do PCP ou a Direccção da CGTP os mentores dos insultos!
As mais variadas reacções ao episódio não passam de um triste folhetim para fazer esquecer as dificuldades e ofensas a que tem estado sujeitos os trabalhadores!
Um abraço farto deles