domingo, julho 13, 2008

A FAMÍLIA

Só nos últimos dias, tive a oportunidade de ler 3 artigos sobre a importância da família num contexto que tem que ver com a pobreza e com a criminalidade. Nada mal, numa sociedade cada vez mais empurrada para um liberalismo selvagem, alguns dos seus defensores mais acérrimos atiram-nos com dissertações destas para adormecer a populaça.

É uma evidência que a criminalidade e a pobreza estão correlacionadas, como evidente é também que estes dois males se têm vindo a agravar nas sociedades europeias, na directa proporção das desigualdades de distribuição da riqueza por falta de eficácia dos Estados. Criou-se, ou impôs-se, uma ideia de que os mercados se regulam a si próprios e que a concorrência é a garantia absoluta da justiça dos preços dos bens e serviços a que acedemos. Revelou-se que isto é uma falácia e que a função reguladora dos Estados é indispensável sob pena de ficarmos reféns da lei do mais forte.

O que mais me impressionou, pelo seu descaramento, é que a defesa da importância da família nas sociedades tenha vindo exactamente da pena de pessoas que são defensores intransigentes do liberalismo económico e laboral. É absolutamente incongruente dizer-se que se deve defender as famílias e ao mesmo tempo apregoar as virtudes da desregulamentação dos horários laborais, a precariedade no trabalho e uma menor intervenção do Estado na regulação dos mercados.

Também eu, tive a oportunidade de ler “The Roads to Modernity: The British, French and American Enlightenments”, como alguns dos escribas que refiro, e quanto ao prefácio de Gordon Brown, na sua mais recente edição, só digo que é preciso ter muito desplante.

Nota:
Por afazeres profissionais e acções de actualização de conhecimentos, a minha actividade tem estado reduzida, principalmente nos comentários, e mesmo as minhas intervenções neste espaço só se têm verificado com a ajuda dos meus amigos que contribuem com quase todo o material que aqui podem apreciar.

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FOTOGRAFIA
myas-nik
Акварелька

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CARTOON

6 comentários:

Meg disse...

Meu amigo Zé,
Espero que te sobre um bocadinho para te dar um abraço.
Felizmente ainda somos dos felizardos que se dão ao luxo de ter trabalho.
Uma boa semana.
Abraço da Meg

Pata Negra disse...

Pois Zé, tenho insistido muito nisso, se querem dar apoio às famílias permitam-lhes, ao menos, que possam faltar ao emprego quando os filhos estão doentes!
Mas tudo nos leva no sentido contrário com uma hipocrisia que brada ao inferno!
Um abraço entre hipócritas

Anónimo disse...

Valores tradicionais e forçosamente conservadores, como a família, não são prioridade para os defensores do liberalismo económico para quem a flexibilidade conveniente aos seus interesses estão muito acima dos direitos do homem, que nunca deixam de encarar como mão-de-obra e não como seus iguais.
Lol

AnarKa

Anónimo disse...

São todos muito liberais quando as coisas correm de feição, logo que s dificuldades apertam, como está a acontecer, correm todos para as debaixo das saias do Estado a pedir protecção e subsídios.
Bjos da Sílvia

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé Povinho
Deus, Pátria e Família. E sob este lema se encobrem as injustiças e se dá voz à hipocrisia. Não porque eu ache que os valores da família estejam ou devam estar em desuso. Mas porque há novas reconfigurações familiares e o que se deseja é condições de vida que permitam vivê-las com dignidade.
Abraço

C Valente disse...

Acredito que a família é o elo da sociedade,
Saudações amigas