quinta-feira, junho 05, 2008

TOMAR: OUTRAS LEITURAS

Mafra, Jeronymos, Alcobaça, Batalha, Santa Cruz, o Convento de Christo e outros, são monumentos que relembram antigo esplendor; ao admiral-os exclama-se Portugal foi grande!

Sim, Portugal foi grande porque no espírito de um rei surgiu a ideia gigante: o caminho para as índias; então o rei consubstanciava a nação.

Nos estaleiros de Lisboa começa a erguer-se e a travar-se o cavername das naus, que lá hão de chegar, que nos hão de abrir as portas do Oriente, d’esse mundo então phantastico e vislumbrante, onde os raios do sol, que ali brilha com maior explendor, se reflectem no ouro, se refractam nos topázios e diamantes. As martelladas dos constructores echôam por toda a Europa. Veneza convulsiona-se e agita-se, porque teme a concorrencia; as outras nações pasmam e não crêem. Esse rei, que teve a maravilhosa concepção, não viu realisado o seu ideal; uma morte prematura roubou-lhe a gloria de tão elevada empresa; mas não lhe aniquilou o pensamento, que este continuou-se no seu successor, D. Manuel, O Venturoso…

Nota: Este texto, na sua versão original, é extraído do livro Thomar, da autoria de J. M. Sousa, editado pela tipografia Silva Magalhães em 1903. Não é um livro de História, mas de algum modo pega em factos históricos para explicar a evolução daquela cidade, desde a sua conquista em 15 de Março de 1147. É também bastante curiosa a grafia da época e a pontuação utilizada.

*** * ***
FOTOGRAFIA
Rosa por Palaciano

Amarelo por Palaciano

Sol e Sombra por Palaciano

Cores por Palaciano

14 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Muito interessante como o são os textos em português de finais do Séc.XiX, inícios do XX.
Tenho um Dicionário, em 2 volumes, datado de 1881, Lisboa, Imprensa Nacional cujo título é "DICCIONARIO CONTEMPORANEO DA LINGUA PORTUGUEZA" e que acrescenta "FEITO SOBRE UM PLANO INTEIRAMENTE NOVO"
Repare-se na ausência de acentos! Curioso, não é?!
São assim as línguas; na sua evolução, simplificam-se aqui para se complicarem mais adiante...
Acabaram-se com :o duplo"l", o "ph" pelo "f",o "ch" por um simples "c", mas introduziram-se, por exemplo, os acentos, que tão difíceis são de entender, muitas vezes, para o aprendiz da língua.

Um abraço.
Jorge P.G.

Jorge P. Guedes disse...

Correcção: "acabou-se" e "introduziu-se", e não os horrores que escrevi.

As minhas desculpas.

Elvira Carvalho disse...

Interessante o texto. e adorei as flores. Tanto que me apeteceu "roubá-las"
Um abraço

Evasões disse...

No dia Mundial do Ambiente reflictamos sobre o património artístico e natural a preservar. Para bem de todos.

bjos

Belzebu disse...

É curiosa a forma como língua vai evoluindo, nem sempre de forma muito pacífica.

Aquele abraço infernal!

panapunk disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Carol disse...

A evolução natural das línguas é algo de maravilhoso.

Adorei as flores!

Archeogamer disse...

As fotos das estrelícias não me sairam muito bem, amanhã devo por umas flores lá no blog que fotografei.É um tema que aprecio fotografar, apesar de mal saber nomes das mesmas.

Tiago R Cardoso disse...

Excelente momento...

Anónimo disse...

Vim deixar um abraço ;-)

Pata Negra disse...

Zé,
aprecio-te o gesto repetido, ajudo-te a curvar o antebraço e dou-te firmeza ao pulso. Não sou republicano mas rejeito a monarquia: era só para dizer que mais D.Manuel, menos D.Carlos, mais Sampaio, menos Cavaco, nem sequer discuto o assunto.
Gosto de história. Gostava que o poder pertencesse um dia ao Zé.
Um abraço do contra-poder

o escriba disse...

Gosto deste blog. Já passei aqui várias vezes mas só agora me atrevi a deixar um comentário.
As flores deste post são lindíssimas e o texto é um encanto de letras bem somadas à moda do antigamente.

Um abraço
Esperança

Anónimo disse...


As tuas leituras e a História sempre por perto...
As flores estão bem bonitas, e até apetece colher algumas para enfeitar aqui a secretária.
Bjos da Sílvia

Maria Faia disse...

Olá Amigo Zé,

Este texto sobre a "grandeza" deste pequeno país que é o nosso permite-nos uma séria reflexão sobre a "grandeza" dos Homens de ontem, de hoje e, quem sabe, os de amanhã.
Mas, no hoje com que nos defrontamos, muitos são os sonhos que se vão desfazendo e, a nostalgia do passado parece como que um motor enfraquecido que apenas tem servido para "impulsionar" ou fundamentar algumas teorias, nem sempre as mais adequadas.
Na verdade, Portugal precisava de grande, de ser maior e mais verdadeiro, em pendor lutador e gerador de maiores e melhores condições de povo para um povo que, fruto de várias condicionantes, se mantém demasiadas vezes passivo e inerte, à sombra de "tostões" que outros nos "atribuem". Ao invés, gostaria de ver em todosnós algo parecido com o brio nacional que levou os alemães à reconstrução da Alemanha no pós-guerra.
Mas, o nosso caminho tem sido muito sinuoso...

Que a esperança não se perca e o Homem não se canse!

Um beijo amigo,
Maria Faia