terça-feira, abril 01, 2008

CULTURA E DISCURSO

Pode ser apenas coincidência, mas registo que no mesmo dia (ontem) a Lusa veiculou duas notícias, uma sobre o ministro dos negócios estrangeiros Luís Amado, e outra de Filipe Menezes, ambas destacando preocupações com a Cultura. Não sei se isto se deve à “ausência” notória do ministro da Cultura, se por falta de outros assuntos mais “batidos” pelos média.

Luís Amado refere-se à falta de coordenação entre os ministérios da Economia e da Cultura, a propósito da política externa portuguesa, salientando que “há sempre uma política de capelinhas a condicionar, muito, os interesses de Portugal”. Não vou dizer que não, porque é evidente para todos, mas isso também é evidente dentro de portas, veja-se a falta de cooperação entre os ministérios da Cultura e o das Finanças, que paralisam por completo as actividades e prejudicam o normal funcionamento dos Museus, Palácios, Monumentos e Sítios que nesta data ainda não têm um programa definido para este ano por falta de verbas e de pessoal.

Já quanto a Filipe Menezes, no seu papel de autarca, veio defender que “a gestão do Património devia ser colocada nas mãos dos municípios”. É certo que a sua opinião surge na altura em que, alguns, apenas alguns, discutem modelos de gestão e salvaguarda do Património, mas pouco mais adiantou sobre a sua ideia, tendo ficado apenas a sensação de que se referia ao tempo exagerado que demora a “peregrinação burocrática” dos projectos, a que se referiu também o seu vice-presidente, Marco António.

Fiquei com a sensação de que estas referências culturais são fruto da agenda política dos dois, Luís Amado e Filipe Menezes, evitando um pronunciar-se taxativamente sobre o Kosovo e sobre o Tibete, e o outro sobre a promessa de descida do IVA que propôs. Espero sinceramente estar enganado, e que ambos estejam, de facto, preocupados com a paralisia do Ministério da Cultura.

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FOTOGRAFIA
pehathy

Gitte L S Landbo

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CARTOON

Stavro

Stavro

Stavro

10 comentários:

Meg disse...

Amigo Zé, após a leitura do teu post e a ausência do MC, a análise dos teus bonecos, no intervalo dos Prós e Contras, não sei bem onde estou nem o que estou aqui a fazer.
Na contingência de uma ausência, deixo-te um abraço pelo respeito
que sempre te tenho merecido e espero contar a merecer.
Até ...até ver!

Meg disse...

Pat Boone? Fascination?

Há quantos anos não ouço Pat Boone.

Tenho de ter uma conversinha contigo, Zé!

Mais um abraço

vieira calado disse...

Mas não está.
É sempre para tapar o sol com uma peneira.
Um abraço.

Abrenúncio disse...

A única coisa que os preocupa nesta altura do campeonato é renovar contrato para a próxima época.
Saudações do Marreta.

Anónimo disse...

O processo de destruição da Cultura está em marcha, e os abutres preparam a rapina.
Fui
Joca

São disse...

As fotos são lindas.
Quanto a este vendaval de doidice, eu já nem sei que mais dizer...
Tudo de bom.

Tiago R Cardoso disse...

E eu que nem sabia que tínhamos um Ministro da cultura.

Desconfio destes súbitos interesses por áreas de grande importância e fundamentais mas que sempre foram relegadas para planos inferiores.

Também acho que seja mais por questões de agenda.

Miki disse...

A cultura na nossa terra, está pr'ái em ultimo lugar nas preoridades.E depois queixam-se da juventude ser completamente analfabeta(de cultura, claro!)
Enfim...é a cultura dos shoppings e do consumismo.
Beijo

Anónimo disse...

Flores lindas :-)

Passei cá a dizer q tb eu já recebi a 'encomenda' :-)
Thanks ;-)

Bjs

Isamar disse...

Mas afinal onde pára o Ministro da Cultura? Substituiu ou foi substituído?

Olha, Zé, gostei muito do lírio. Era menina quando li " Olhai os Lírios do Campo" de Erico Veríssimo e comovo-me sempre que os vejo.

Beijinhosssss