terça-feira, fevereiro 12, 2008

A MALDIÇÃO DO PETRÓLEO

O dia de ontem começou com as notícias dos atentados em Timor. Logo pela manhã comecei a ouvir as notícias dos ataques sofridos por Ramos Horta e Xanana Gusmão, bem como as informações actualizadas sobre o facto de Xanana ter saído ileso e Ramos Horta ter sido atingido por dois tiros. Ramos Horta foi operado em Díli tendo seguidamente sido transportado para Darwin onde sofreu nova operação, continuando em estado grave, mas estável e já livre de perigo.

A situação instável deste novo país, deriva de problemas internos e de regionalismos exacerbados, bem como de uma fraca actividade económica que faz com que o desemprego e a pobreza sejam um enorme problema social.

Bem à margem dos problemas internos de uma nação jovem e pobre, temos um mal maior que se pode definir como o problema comum a todos os países pouco desenvolvidos onde estão identificadas jazidas de petróleo. Por coincidência, dizem uns, ou por manobras dirigidas por interesses económicos e estratégicos, a instabilidade nestes países é uma constante, e as armas aparecem de todos os lados, mantendo refém qualquer político existente, bastas vezes constituído à margem das regras democráticas e sustentado pela força das armas e de aliados externos.

Há quem se questione se o major Reinado tinha capacidade para preparar estes atentados, e mesmo quem pense que a sua morte foi muito conveniente para quem possa ter instigado os atentados. Certo mesmo foi o atentado, que só por acaso não teve piores consequências, e uma maior dependência de Timor Leste em relação aos países que vão contribuindo para a manutenção da paz.

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FOTOGRAFIAS DE FLORES
Sunny

dandurov

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CARTOON

Hic

Dilem

15 comentários:

vieira calado disse...

Timor tem petróleo.
Onde há petróleo lá aparecem os amaricanos!...
Para mim,é só isto.
Um abraço

MARIA disse...

É uma pena tanta conflitualidade entre "irmãos".
Fazemos todos votos muito fortes para que tomem verdadeiramente nas suas mãos o respectivo destino e que lhes seja mais sorridente e mais feliz.
Flores lindas, Zé!
Eu agradeço, pela minha parte e tal qual já sabe, sempre me encantam especialmente.
Um beijinho amigo.
Maria

A. João Soares disse...

A conflitualidade dos timorenses é muito antiga, fazendo parte de velhas tradições. O petróleo vai agravar tudo e nunca leva felicidade ao povo m geral. Vejamos popor exemplo Angola, onde os próximos do Poder estão cada vez mais ricos, mas o povo humilde continua a passar mal.
Por isso me preocupa a inconsciência de muitos que se mostram alegres com o anúncio da probabilidade de vir a ser explorado por cá o ouro negro.
Os políticos timorense fizeram mal em afastar os portugueses em 1975, e depois em fazer o mesmo aos Indonésios, sob os quais poderiam ter protecção e um nível de vida estável.
Ali, mais do que os americanos, há o conflito de interesses entre a Indonésia e a Austrália. A esta interessa que haja instabilidade para justificar a entrada de mais militares para manter a «ordem» e condicionar o problema do petróleo que ela está a explorar.
Nas relações internacionais não há caridade, mas apenas interesses financeiros, pelo que a independência de países pequenos é virtual, uma ficção, que lhes fica muito cara.
Timor nunca terá Poder para dialogar com os dois grandes vizinhos ao ponto de poder fazer prevalecer um ponto de vista seu.
Um abraço

adrianeites disse...

onde ha petroleo ha problemas.. sem dúvida...

infelizmente nada de bom se augura para timor..

boa semana

Anónimo disse...

O petróleo, a ganância, e os poderes regionais ditam a sorte dos timorenses. Aquela história dos atentados está mal contada.
Lol

Tiago R Cardoso disse...

Uma certa razão, existiram de facto ali na zona muitos interesses, juntamente com indivíduos que não sabem conviver com liberdade e democracia.

Abrenúncio disse...

A triste questão é a de como é que se irá mudar o estado das coisas. É certo que ainda pouco tempo decorreu após a sua independência, mas a estabilização será muito difícil, mesmo num futuro longíquo.
Um país que nada produz nada pode oferecer ao seu povo. A única riqueza que tem é o petróleo, e mesmo esse tentam tirar-lho.
Infelizmente creio que Timor estará condenado por muitas décadas a viver das "esmolas" portuguesas e dos abutres que o rodeiam, Austrália e Indonésia, com as consequentes "contrapartidas".
Saudações do Marreta.

ANTONIO DELGADO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ANTONIO DELGADO disse...

A pequenez do país a luta fraticida, o petroleo como alibi para guerra fazem desse pais um verdadeiro espaço de odio que surge ao mais leve sopro de desentendimento social.

Um abraço

antónio Delgado

Ps. Desculpe não passar há algum tempo mas tenho andado a passar por uma fase menos boa da minha vida...

quintarantino disse...

Há nesses dois atentados um fundo de sordidez difícil de compreender, mas penso que também há muita coisa mal explicada!

E não é só petróleo e interesses regionais. São também questões locais.

C Valente disse...

Timor, país pobre, mas com tantos interesses cobiçados, e quando uns tambem se querem eternizar no poder, algo não vai bem
Saudações amigas
Timorense, entendam-se

APC disse...

temo que a questão seja mais profunda amigo Zé. Desde logo, porque os mapas traçados pelos colonizadores deixaram de fora diferenças culturais. Depois há que questionar se Timor é ou não um país viável economicamente, ou se por outro lado, vai ser subsidiado eternamente pelos dinheiros dos outros, o que na prática viabiliza e justifica as intervenções de países que agora contribuem para a manutenção da paz podre que se vive no território. Confesso que não gosto de Ramos-Horta nem de Xanana. O primeiro, é claramente um refinado hipócrita e oportunista, o segundo um fulano sem grande carácter que não passa de pau-mandado.
Questiono ainda a "legitimidade democrática" da actual governação. parece-me pouco ortodoxo um partido ganhar eleições e depois todos se unirem contra ele. Mari Alkatiri, tem a favor o facto de ter sempre combatido o invasor indonésio, ao contrário de Horta que se passeou pelo mundo a expensas dos governos portugueses, como sabemos. O povo timorense, numa atitude de gratidão pelo líder que de facto esteve sempre do seu lado, elegeu-o. É de prever que os incidentes não fiquem por aqui. Pode não ser agora que a vigilância está mais apertada, mas acredito que Xanana e o seu "amigo" Ramos-Horta têm os dias contados.
Abraços

Meg disse...

Zé,

É com muita tristeza que assisto ao que se está a passar em Timor.
Não prevejo melhores dias a curto prazo. Pelo petróleo e não só.
Há ali muitos interesses, dificeis de conciliar. E vamos sempre ter ao mesmo: que independência tem aquele povo?

Um abraço

Jorge P. Guedes disse...

É muito complicado ter estabilidade num país sem bases económicas para ser independente e com conflitos raciais de gerações sempre latentes.
Oss eus dirigentes não se mostraram á altura de pegar no terrível fardo e conduzi-lo através de uma forte unidade nacional.
Ramos Horta é uma figura, para mim, estranha e algo "sinistra" e Xanana está longe de ser um líder.
Mas posso estar a dizer os maiores disparates, pois não conheço suficientemente o problema.

Um abraço.
Jorge G.

Pata Negra disse...

Cá para mim está tudo relacionado com o facto do Ramos Horta ter proposto o Durão para Nobel da Paz