quinta-feira, novembro 29, 2007

INSPECÇÕES...

O encerramento da centenária ginjinha do Rossio e o fecho do Quarteto neste mês de Novembro fizeram com que as inspecções e os seus protagonistas fizessem manchetes jornalísticas que todos tivemos a oportunidade de ler. Acreditamos que a defesa dos cidadãos será o motivo que levou a estes encerramentos compulsivos, ainda que fiquem por esclarecer alguns detalhes sobre o assunto.
A defesa dos consumidores e dos cidadãos em geral é absolutamente necessária, e o laxismo pode conduzir a situações que, se não forem prevenidas, podem conduzir a factos que depois todos lamentaríamos. Penso que esta parte é pacífica e aceite por todos os cidadãos deste país.
As grandes questões colocam-se sobretudo do lado do rigor e do tratamento igualitário de todas as situações, e aqui começam a surgir as naturais divergências. Será que o mesmo rigor se aplica em todas as situações?
É sempre penoso fazer comparações, e estas competem às entidades responsáveis evidentemente, mas eu pergunto-me se o Palácio Nacional da Ajuda, o Palácio Nacional da Pena ou o Palácio Nacional de Sintra, para citar apenas alguns dos nossos palácios classificados reúnem condições mínimas de segurança para os seus visitantes, em caso de incêndio por exemplo, e se o pessoal que lá trabalha tem a devida formação para acudir a este tipo de emergência, e até se há planos implementados e testados no terreno para estas eventualidades?
Conheço toda a argumentação sobre o assunto, sei que há dificuldades em adaptar edifícios desta natureza às condições ideais e constantes dos regulamentos de segurança, mas também sei que à boa maneira portuguesa tudo está dependente do poder de desenrascanço do pessoal. Eu diria até que há dois pesos e duas medidas, porque a situação no campo da segurança é simplesmente calamitosa.
Tudo podia ser substancialmente diferente, com pouco investimento material e com a formação adequada do pessoal, mas o Estado fiscalizador, não cumpre a sua tarefa bem dentro de portas, nem sequer em monumentos classificados.
Houve desobediência do proprietário da ginjinha, e então o que é que há em alguns dos monumentos mais emblemáticos deste País?

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FOTOS - SÍMBOLOS


mrw

STori

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CARTOON

15 comentários:

Anónimo disse...

O estado é quase sempre um MAU exemplo. Pelos vistos também em questões de segurança, não só nos monumentos, mas também nas escolas e nos tribunais, por exemplo.
Bjos

quintarantino disse...

Obviamente que existem edifícios públicos onde muitas das normas em vigor não são respeitadas. Contudo, na minha modesta opinião, isso não invalida que a acção da ASAE, por exemplo, seja positiva. Só penso que se podia dispensar tanto vedetismo mediático. Mas isso, se até os magistrados se prestam a esse papel agora.

José Lopes disse...

Ó Zé, já sabes que tens por estas bandas a ginjinha de Óbidos, e que companhia para lá ir também há. Bora lá.
Cumps

Tiago R Cardoso disse...

As Acções da ASAE só bem feitas, pena é o mediatismo, se ainda fosse um mediatismo para tentar provocar dissuasão de outro prevaricadores, ainda se admitia, agora ares de vedetas é que não.
Presume-se que a lei devia ser igual para todos, mas isso como sabemos é uma "utopia".

Anónimo disse...

A IGAC, Direcção Geral das Actividades Culturais é uma ilustre desconhecida e embora dependente do Ministério da Cultura, não inspecciona os outros serviços do próprio ministério. A Isabelinha também deve desconhecer este facto, para variar.
Bjos

Belzebu disse...

Infelizmente já nos habituamos aos piores exemplos, vindos de quem teria a obrigação de ser um modelo no cumprimento das regras. Não estranho nada a incúria demonstrada pelo estado relativamente aos monumentos, assim como não estranhei quando caiu a ponte no Douro, ou outra qualquer. A impunidade dos responsáveis, permite-lhes ter dois pesos e duas medidas!

Aquele abraço infernal!

Elvira Carvalho disse...

Os edifícios públicos são na maior parte das vezes os piores. Pessoalmente penso que o encerramento só por si, não melhora nada e causa transtornos a muita gente. Penso que devia ser efectuado todo um programa educacional da população referente, a estes e outros factos.
Um abraço

Anónimo disse...

Excelentes os dois cartoons!!! :-)

Qt às Inspecções...é fácil apra a aASAE fechar o que é provado mas qd é do Estado, aí a conversa já é outra...pois...

Desta vez tb faço GREVE!
Nem podia ser doutra maneira, depois de tanto 'roubo e hipocrisia'...qq dia estamos a pedir esmola por este andar!!


Bjs
Sul

Anónimo disse...

emenda:

ASAE fechar o que é privado...


;-)

Sul

SILÊNCIO CULPADO disse...

A Ginginha é quase um monumento nacional. Restauradores sem Ginginha não é Restauradores. Há tradições que não podem ser assim mandadas borda fora por muito positiva que seja a acção da ASAE.
Tem que haver alternativas e, neste caso, até compreendo o mediatismo.

Anónimo disse...

é o insípido, inodoro e incolor...vamos ver onde vamos desembocar....

Zé Povinho disse...

Caro Túlio Hostílio
Confesso que não percebi o seu comentário. Com as características fornecidas "insípido, inodoro e incolor" apenas conheço a água destilada e um veneno que não vou mencionar ???
O Zé

Meg disse...

Além de mau pagador, também é mau "tratador". O estado, claro.
Por este andar, o que é que vai sobrar?
Não será melhor fechar logo o País? (vá lá que ainda me saiu com maiúscula!.
Não sei, Zé, só sei que ou há excesso de zelo ou necessidade de mostrar trabalho.
Queri levar isto a sério mas já não consigo, Zé.
Então amanhã...

Um abraço

vieira calado disse...

Nesta questão da Ginginha, apesar de eu não conhecer bem, cheira-me a vinagre...
Um abraço.

Anónimo disse...

Eu acho é que a ASAE devia fechar o país