terça-feira, junho 05, 2007

DE VOLTA À FLEXISEGURANÇA

Mesmo sabendo que este tema é controverso e que muitos não estão dispostos a discutir este assunto, porque estão completamente contra, ou porque não acreditam em importações de sistemas, porque estamos em Portugal e o conceito apenas é viável na Dinamarca por questões culturais e outras, decidi voltar “à vaca fria”.
Eu também não acredito em promessas de políticos portugueses, pelo menos daqueles que têm partilhado funções governamentais, por princípio, por experiência e por feitio. Mas a realidade é que este tema vai ser discutido a nível da presidência europeia e uma recusa em discutir o assunto, dará ainda maior liberdade a que decidam por nós e com toda a certeza contra nós.
Quem manda e quem pode, políticos e empresários, defendem uma ainda maior flexibilidade nas relações laborais, entenda-se despedimentos, mas afirmam-se defensores da flexisegurança, embora joguem, também eles com o argumento da impossibilidade de importar um sistema na íntegra, dizendo que terá de ser adaptado. A tradução para a realidade é flexibilidade sem segurança.
Se os trabalhadores se recusarem a discutir o assunto, eles ficam sozinhos e avançarão com os seus intentos. Por outro lado, os trabalhadores podem entrar também nesta discussão, tomando a liderança no processo exigindo que sejam colocadas sobre a mesa as condições que governo e patronato estão dispostos a criar para o viabilizar este conceito.
Não se pode vencer estando sempre à defesa, há alturas em que é preciso jogar ao ataque e anteciparmo-nos aos adversários, se não queremos ser cilindrados. Se para eles é inevitável caminhar-se neste sentido, que avancem com propostas para o aumento da segurança social, que é uma das componentes do problema e aquela que eles mais têm atacado, reduzindo-a substancialmente nos últimos dois ou três anos.

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FOTOGRAFIA
stеin

basile
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MAIS UM PAR
Pois é! Lá fui eu agraciado com mais um par de tomates, desta vez por parte do Ludovicus do Momentos & Documentos. Estou muito agradecido e espero não defraudar a confiança que em mim depositou, já que eu sou reconhecidamente. um pouco teimoso e imprevisível. Só posso prometer uma coisa: continuarei a ser o mesmo!
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Alturas

8 comentários:

Maria Faia disse...

Viva Amigo Zé Povinho,

Os trabalhadores não só podem COMO DEVEM entrar também nesta discussão, tomando a liderança no processo exigindo que sejam colocadas sobre a mesa as condições que governo e patronato estão dispostos a criar para o viabilizar este conceito.
A participação dos trabalhadores não deve ser afogada... TEM QUE SER REALIDADE. Isto é a democracia que conquistámos com sangue, suor e lágrimas...

Beijo amigo

Anónimo disse...

Se não discutirmos e forçarmos o patronato, eles avançam com a flexibilidade e nem sequer são confrontados com a segurança, tendo assim o caminho livre e sem escolhos à sua frente.
Abraço

José Lopes disse...

Eles já fazem quase tudo o que querem, despedindo colectivamente, contratando a prazo e descartando quem bem entendem. É certo que ainda querem mais e muita gente tem medo de abrir aqui uma nova frente, mas estão errados. A iniciativa tem de partir dos trabalhadores e a SEGURANÇA tem de ser debatida, porque o azar pode bater à porta de qualquer um.
Abraço amigo

Anónimo disse...

Flexisegurança ou flexidesemprego?
Diria eu...
Algo vai mal no Reino da Dinamarca...

Um Abraço

Zé Povinho disse...

Desemprego já temos, e com fartura, a segurança é que já quase não há. Eu não acredito nos poderes instituidos, e já não é de hoje, mas não podem ser eles a marcar a agenda e a discutirem só o que lhes convém.
Eu gostava de ver discutida a SEGURANÇA, e olhe meu caro Ludovicus, foi por aí que a Dinamarca começou. Eles estão mal?
Olhe que nós estamos muito pior, mesmo no diz respeito às formas de contratação e de despedmento.
Abraço

Anónimo disse...

Pois é amigo, contratações = Nulo.
Despedimentos = Todos os Dias...
Segurança? = Nenhuma...

Um Dia deste vamos ter a Revolta do Desemprego e dos explorados por programas para estatística ver...
Trabalho socuialmente necessário... Só tretas amigo, só tretas...

Anónimo disse...

E mais, Licenciados, pós-graduados e mestrados a fazerem trabalho de técnicos superiore (enixistentes no quadro) e a ganhar menos que as senhoras da limpeza...
Pois é na Dinamarca não é assim...

Zé Povinho disse...

Os lugares precários para jovens em particular, são uma exploração descarada, que eu conheço bem na área da Cultura. Mais grave ainda, fazem trabalho que depois é apropriado por "doutores" dos quadros que não mexeram uma palha.
A experiência ganha é depois deitada borda fora, e venham outros porque a formação também convém pois sempre rende uns cobres.
Abraço