terça-feira, maio 15, 2007

O DECLÍNIO DOS PARTIDOS

Desde que os partidos deixaram de se orientar por ideologias e de ter projectos para construir sociedades mais justas e equilibradas, adoptando o que chamaram de pragmatismo, ou como é mais conhecido este tipo de actuação, a ditadura da economia, os partidos políticos entraram em declínio. Falo em declínio no sentido de credibilidade, ou falta dela, e também de renovação de apoiantes com ideias próprias e vontade de intervir politicamente.
Hoje os partidos têm ainda uma pequena elite de dirigentes, muitos colaboradores com um espírito de funcionários do partido, e alguns arrivistas em busca de protagonismo ou na defesa de interesses pessoais. A lógica partidária resume-se à ambição do poder e das vantagens que porventura daí podem decorrer.
As eleições intercalares à Câmara Municipal de Lisboa são disto um exemplo perfeito. Para o PSD pouco parece importar que o seu candidato deixe por cumprir o mandato que lhe foi confiado pelos eleitores de Sintra, se há uma possibilidade de com ele vir a ganhar a capital. No PS, também não parece importar muito escolher o segundo elemento da hierarquia do governo, para tentar ganhar Lisboa, mesmo que isso acarrete problemas ao governo da Nação.
O poder está em primeiro lugar na lógica partidária. Quem ganhar gritará vitória aos quatro ventos, mas para os eleitores ficará para sempre uma certeza: o lugar só será ocupado até ao momento que surja no horizonte do eleito, um cargo de maior prestígio ou de maior relevância.
É por isto que os partidos já não me merecem confiança.


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FOTOGRAFIA

Red Lorry Yellow Lorry by ~michaelwatson16

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CARTOON

3 comentários:

Anónimo disse...

Parece que o Seara não aceitou o convite deixando MMendes com o menino nas mãos.
Eu já há anos que voto em branco pelo mesmo motivo.
Adeusinho

Anónimo disse...

Eu nem sou do Benfica mas o Seara subiu uns pontitos na minha consideração por ter recusado a "candidatura envenenada".
Bjos

CORCUNDA disse...

A mim também me continuam a desiludir, uns mais que outros, mas é um facto que a lei são os interesse partidários internos e a luta por poleiros nos corredores e não a vontade de servir a população. Um caso evidente foi o que aconteceu com a Helena Roseta. Através de lobbies políticos o PS tenta a todo o custo (mesmo através de pressões sobre o Governador Cívil, sob a alçada de António Costa enquanto Ministro da Administração Interna) "cortar" as pernas da Roseta.
Enfim, democracia de 3º nível...
Abraço.