quinta-feira, janeiro 18, 2007

O COMPLICADO SIMPLEX

Num determinado serviço público foi extinta a circulação de ofícios interno via correio normal e tornada obrigatória a utilização do correio electrónico. Esta medida pareceu a todos razoável pela poupança de papel e pela rapidez do processo. Durante meses tudo funcionou normalmente havendo um funcionário administrativo que tratava diariamente de receber e enviar, imprimindo apenas o que era essencial para a formação de processos ou que tinha de circular por diversas pessoas.
Passados bastantes meses o computador, apenas este tem Internet, começou a ser utilizado por diversos técnicos superiores, que pretendiam responder pessoalmente às sua mensagens e receber o correio de serviço. Tudo parecia normal até que, cerca de duas semanas depois alguns técnicos começaram a dizer que tinham que responder a mails anteriores que nunca tinham recebido. Atacado por todos os lados o funcionário que anteriormente recebia e enviava o dito correio, e que agora nem podia aceder ao computador, perguntou aos queixosos qual o procedimento que tomavam quando utilizavam o seu correio. Pergunta mal recebida, insultuosa até para alguns, porque não reconheciam ao funcionário administrativo competência técnica para lhes questionar os procedimentos que muito bem conheciam.
O infeliz administrativo tentou então ser dispensado de utilizar o dito computador, ainda que esporadicamente passando a utilizar um outro para o seu trabalho, dispensando-se assim da sua tarefa que não podia fazer cabalmente já que cada um recebia e respondia ao seu correio. Resposta negativa, não se podia eximir das suas funções. As mensagens antigas continuavam a desaparecer e cópias em papel, nem vê-las.
O funcionário, agora transformado em incompetente, sem outra saída e farto de ser desancado pelos superiores, meteu uma licença sem vencimento.
Os processos continuaram embrulhados, nada andava, pediam-se segundas vias das comunicações anteriores, até se chamaram técnicos de informática para avaliar eventuais falhas ou perdas de dados do computador. Nada. Até que um outro funcionário, que por acaso sabia que iria substituir o colega de licença já há mais de um mês, decidiu espreitar disfarçadamente os procedimentos dos utilizadores do correio electrónico. Voilá, os senhores técnicos superiores deitavam pura e simplesmente para o lixo as mensagens recebidas logo que enviavam a resposta.
Quando foi chamado para receber as tarefas do seu colega, ganhou coragem e pediu ao chefe que lhe explicasse quais os procedimentos a que estava obrigado, o chefe engasgou-se e perguntou se ele não sabia desempenhar a tarefa, ao que o funcionário respondeu pressurosamente, se é para continuarem todos a enviar as mensagens para o lixo logo que respondem não sei o que possa fazer pois não há nada para guardar.
SIMPLEX !



*** * ***



Rivoli: trabalhadores contestam judicialmente despedimentos



Duas dezenas e meia de trabalhadores da Culturporto, entidade gestora do Rivoli, Porto, anunciaram hoje que vão contestar judicialmente o seu despedimento, disse hoje à Lusa o porta-voz da Comissão de Trabalhadores (CT).


ZÉ POVINHO - APOIADO



NÃO FABRICAMOS AMBULÂNCIAS




Blindados Pandur Foto@LUSA/Inácio Rosa
Um dos 260 blindados Pandur destinados a equipar o Exército e Marinha portugueses, na unidade de produção inaugurada hoje, no Barreiro.


MUSEU NACIONAL DO AZULEJO



O museu tem fechado no período de almoço por falta de pessoal de vigilância, não por falta de dinheiro como se lia numa carta publicada num jornal diário, obviamente duma leitora identificada. O motivo é muito simples e pode ser explicado em poucas palavras, não se consegue autorização por parte do Ministério das Finanças para abrir um concurso de admissão de pessoal, nem se podem celebrar contratos nos mesmos moldes que se têm utilizado na última dezena de anos.
A situação é incompreensível e talvez só se verifique em Portugal, como afirmava a mãe da senhora que escreveu a carta. Recordo que a “medida estúpida” de não admissão de funcionários sem a concordância do M.F. é do tempo da Dra. Manuela Ferreira Leite e o adjectivo também.

2 comentários:

CORCUNDA disse...

APOIADO!
...e apoiada a forma como descreves certas aberrações que por este burgo se vão passando.
Abraço.

Anónimo disse...

Temos uma geração de líderes que acham o PowerPoit o máximo. Eles deliciam-se a mostrar apresentações aos colegas mesmo que as não saibam fazer. Procedimentos administrativos, disso só sabem dar ordens a torto e a direito introduzindo sempre mais qualquer coisa para complicar a vida de quem trabalha ou acede aos serviços, quando tentam fazer, lá porque foram a um cursito de Outlook, sai asneira na certa, por isso há que descarregar culpas nem que seja NA MULHER-A-DIAS.