quinta-feira, outubro 26, 2006

SEM DESCULPA

O Instituto Português do Património Arquitectónico atrasou-se no pagamento dos ordenados dos funcionários dos serviços dependentes, ou seja, os que trabalham nos palácios e monumentos sob a sua alçada.
Ontem (23/10), só receberam os funcionários da direcção e serviços centrais. Contactada pela CM, a direcção do IPPAR declarou-se alheia ao sucedido: “As verbas solicitadas atempadamente só ontem foram libertadas e a situação será reposta amanhã [hoje] ou quarta-feira, o mais tardar”.

O que se passou é o exemplo preciso do que não pode acontecer:
1º A direcção não devia estar alheia perante factos que não configuram a normalidade.
2º Os funcionários dos serviços dependentes deviam ser avisados atempadamente da situação
3º As coisas afinal não correram como foi dito à comunicação social, pois os pagamentos só foram efectivados no dia 26/10 quinta-feira.
Agora foi o atraso no pagamento dos salários, que esperamos não se repita, para o começo do ano veremos a explicação que será dada pela falta de pessoal de guardaria nos palácios e monumentos.

segunda-feira, outubro 16, 2006

CARREIRA DE TIRO

Por facilitismo ou por manifesta incompetência, este governo elegeu como alvos preferenciais de ataque, os funcionários públicos. Durante algum tempo foi conseguindo os seus intentos passando a mensagem de que auferiam de regalias que de algum modo seriam pagas pelos descontos dos trabalhadores do sector privado. A estratégia foi-se esgotando e aos poucos a verdade dos factos começa a ser conhecida.
O Estado, enquanto empregador e pessoa de bem, deveria manter os seus compromissos (leia-se contratos) com os seus funcionários, ao contrário do que acontece, em vez de unilateralmente os não respeitar impondo novas condições (inegociáveis nas palavras dum ministro), muito mais gravosas para os trabalhadores.
Outros dos argumentos, o do excesso de funcionários, da duplicação de funções, do excesso de burocracias e do mau funcionamento de serviços, também não colhe já muitos adeptos, porque isso é a prova maior da incompetência dos governantes (actuais e passados) bem como o falhanço nas escolhas que fizeram para as nomeações em que foram pródigos.
Atirou-se também para o ar, a propósito da ADSE, o fantasma do défice, como se os funcionários não fizessem os respectivos descontos, mas ficou a saber-se que também aqui era só uma cortina de fumo para esconder o facto de o Estado não estar a cumprir as suas obrigações regularmente como os demais empregadores.
As meias verdades são tão ou mais perigosas que as mentiras e as omissões.
Este governo mentiu sobre o congelamento da carreiras e das progressões, mais um ano de congelamento, mentiu no PEC sobre os aumentos dos funcionários públicos e mentiu dizendo que a proposta de aumentos salariais para 2007 é de 1,5%, quando paralelamente força em mais 0,5% (já depois do aumento) a contribuição para a ADSE.
A maior omissão foi sobre os descontos, certinhos e feitos na fonte, que os funcionários públicos sempre fizeram, sem os artificialismos que todos conhecemos em muitos outros sectores.