quarta-feira, julho 12, 2006

COMPREENDER O QUE É SOCIEDADE

Pelo que vou vendo o que aprendi, há quase 40 anos atrás, deixou de ser verdade, pelo menos para muitos políticos e economistas.
Política e economia são um só mundo com regras muito próprias que desafiam a razão e o equilíbrio, que rege a natureza e o universo.
A obsessão pelo sucesso, objectivo definido por quem influencia a nossa sociedade, vai tendo o condão de me irritar profundamente, pelo absurdo que a mensagem contém em si mesma. È evidente que há excelência e sucesso, e que não acontece sem trabalho e persistência, mas não se pode ignorar a sorte e a oportunidade, factores aleatórios que não controlamos.
O que me deixa preocupado é que se esteja a incutir nas mentes de muitos jovens um objectivo, que, sabemos todos, nem todos poderão alcançar por muito que por isso batalhem. O homem de sucesso está para a sociedade actual, como os deuses da mitologia e os heróis estavam para os gregos e romanos. Claro que para quem promove actualmente o sucesso, talvez não seja bem assim, pois como atingiram alguma notoriedade, talvez gostem de envergar a roupagem de homens de sucesso ou até de heróis, mas isso será uma fantasia, a que naturalmente têm direito, mas apenas sua.
O mundo continua a rodar, o progresso acontece, as fábricas produzem e as máquinas funcionam, não porque há quem alcance o sucesso ou a excelência, mas porque há muitos milhões de pessoas absolutamente normais (umas melhores que outras) que cumprem a sua missão na sociedade, trabalhando honestamente sem se preocuparem, nem muito nem pouco, com a notoriedade ou com as honras que daí possam advir.
Ser normal parece que se tornou um anátema numa sociedade dita liberal, onde só os poderosos, os campeões, e os excelentes contam.
O que sucederia se os normais deixassem de existir?

1 comentário:

Anónimo disse...

Esses senhores, políticos e economistas, devíam comer apenas o que produzem: asneiras! Esses génios , sem lâmpada, são os responsáveis directos pela desgraça que é a nossa economia. Será que são todos iguais? Não sei, mas aqueles que bem conhecemos da televisão, rádio e jornais quase só dizem o óbvio: se o pessoal trabalhar de borla as empresas darão lucro. Agora também acrescentam: se forem reduzidas as pensões de reforma gasta-se menos dinheiro da S. Social. Quantos dentre eles já auferem reformas que juntam a ordenados elevados? Isso é outra coisa, que agora não vem ao caso...